Colunas | Carlos Sperança

Estrada de Ferro Madeira-Mamoré completou 112 anos de sua inauguração

Confira a coluna


Questão espacial

"Desigualdade socioespacial" na Amazônia foi um dos assuntos discutidos na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Desigualdade, sabe-se bem, é a condição estrutural da sociedade que facilita o enriquecimento dos ricos e o empobrecimento dos pobres. Para amenizá-la, os muito pobres ganham algumas compensações do Estado e eventualmente a caridade popular, em casos de tragédias.

Mais difícil de entender é o conceito de "socioespacial". Não se trata de algum clube lunar ou marciano, mas de compreender como as vítimas das desigualdades se distribuem nos espaços urbanos. A dificuldade em compreender exatamente o que isso significa também alcançou os cientistas do espaço - os geógrafos. Um deles, o professor Marcelo Lopes de Souza, procurou descomplicar a questão: escreve-se socioespacial ou sócio-espacial? São duas coisas? Se forem, o que significam?

Para Souza, "socioespacial" se refere só ao espaço social, enquanto "sócio-espacial" diz respeito às relações sociais e ao espaço, simultaneamente. É difícil para quem não se especializou no assunto distinguir claramente o conceito simples (sem hífen) da palavra composta (com hífen). De qualquer forma, o debate na SBPC tratou de como os pobres amazônicos se ajeitam no espaço social enquanto lutam para sobreviver. De certo vão preferir um prato de comida a discutir hífen, vírgula ou verbete no dicionário.

Os 112 anos

A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ligando Porto Velho a Guajará Mirim, completou 112 anos de sua inauguração. Depois de sua paralisação até se tentou uma restauração para fins turísticos com o governador Teixeirão e sua exploração turística através do governo Valdir Raupp. Nada prosperou.Com sua restauração com recursos da Usina de Santo Antônio é administrada atualmente pela empresa Amazon Fort, aquela que teve problemas com a justiça em Santa Catarina e no Acre. A obra funciona meia boca com preços extorsivos cobrados pela empresa para aluguel de pontos para os comerciantes. É coisa de louco!

Falta pix?

Acompanhando alguns deputados estaduais descendo a lenha em alguns secretários de estado, como o da Justiça, Marcos Rito, só posso concluir que está faltando pix palaciano. Em casos assim a articulação governista age rápido para normalizar as coisas liberando alpiste para os passarinhos não ficarem tão revoltados, já que não é da natureza dos políticos rondonienses ficarem contra os governadores de plantão. Isto prejudica nomeações de amigos, compadres e parentes, demora na liberação de emendas e outros entraves. Parlamentar que nem lêem matérias do executivo para aprovar, brigando com a esfera estadual é algo raro por aqui.

Os esforços

Elogiáveis os esforços do prefeito Hildon Chaves (PSDB) e do governador Marcos Rocha (União Brasil) em fomentar o turismo. No entanto, suas iniciativas são prejudicadas pela falta de voos para os turistas para Porto Velho, o despreparo no atendimento nos estabelecimentos comerciais, de lojas de roupas aos restaurantes, de bares as casas de shows. Estamos a anos luz de cidades estruturadas no setor como Fortaleza, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Gramado, Salvador. Porto Seguro. Florianópolis e Camboriú no atendimento aos turistas. Estamos, infelizmente, muito atrasados na exploração da indústria do turismo

O enfrentamento

Já se sabia no ano passado, que 2024 seria bem mais abrasivo em termos de seca e estiagem nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, mas tanto as autoridades estaduais como as federais não se prepararam a contento para o enfrentamento e mais uma grave crise hídrica. A dragagem dos principais rios da região amazônica ficou pela metade e as consequências desta omissão estão chegando com dezenas de comunidades ribeirinhas prejudicadas pelo desabastecimento de água e de gêneros alimentícios. Falhou-se na dragagem e no planejamento e de como tratar o fenômeno das terras caídas, com ameaças de desmoronamentos de barrancos em centros urbanos, coo é o caso de Rio Branco.

Via Direta

*** Pelo movimento, a exploração do garimpo de prainha na região de Jaci-Paraná deve estar proporcionando bons resultados para os garimpeiros que até recentemente estavam revoltados com a fiscalização dos organismos ambientais *** Se os prefeitos e os governadores pelo menos tivessem o trabalho de acompanhar pela internet o comportamento das empreiteiras contratadas por aqui teriam menos dissabores nos contratos firmados *** Temos obras inacabadas aos montes de Porto Velho a Vilhena, creches, escolas, casas populares. Algumas empresas recebem, fazem rachadinha com os políticos e somem do mapa.

PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de Carlos Sperança
Últimas postagens de Carlos Sperança