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A disputa pela Câmara de PVH é um jogo desigual

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Olhar profundo

A imagem da árvore é forte. Ela é toda uma síntese da natureza: a semente contém o futuro, raízes significam a ligação direta entre o ser vivo e a terra, as folhas interagem com o ar que se respira, o tronco narra a história de uma vida. Não é por acaso que a destruição de árvores - o desmatamento - seja o elemento de maior impacto nas avaliações sobre a piora do clima.

No entanto, é preciso ter em conta que reduzir o desmatamento não significa impedir a degradação da floresta. Não é dever dez, pagar dez e fechar a conta. Segundo Ovidiu Csillik, especialista em sensoriamento remoto da Wake Forest University (EUA), autor de estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a degradação ambiental por desmatamento responde por apenas 17% das emissões de carbono, enquanto 83% são causados por outras ações humanas e distúrbios naturais.

Aplicado a partir do escaneamento a laser aéreo da região, o estudo avalia com mais exatidão as alterações na floresta que o olhar superficial das imagens de satélite. Não absolve o desmatamento, mas chama a atenção para as ações de maior impacto. Em seu tempo, ao ser enviado à Amazônia, Euclides da Cunha observou: "Temos sido um elemento de antagonismo terrivelmente bárbaro da própria natureza que nos rodeia". Desmatando ou fazendo pior, o antagonismo continua mesmo com a festejada redução das derrubadas.

Gatinhos famintos

Assim como existem vereadores com forte estrutura para disputar a eleições municipais ocorre uma multidão de pretendentes as 24 cadeiras da Câmara Municipal de Porto Velho urrando como órfãos abandonados nas ruas da capital, carentes de abrigo. Como gatinhos famintos, tateando um pires de leite buscam socorro, tadinhos, aos candidatos a prefeitos em busca de recursos, advindos do fundão eleitoral. Muitos recebem a porta na cara. O pix é reservado para aqueles nomes considerados com mais chances de se eleger, transferindo votos para os postulantes a alcaides no pleito de outubro.

Jogo desigual

A disputa pelas 24 cadeiras em Porto Velho é um jogo muito desigual.Não bastasse, existem nomes de postulantes bem abastados, com patrimônio vultuoso nas paradas. Parentes de políticos bem posicionados, casos dos deputados Jean Oliveira, Alan Queiroz, Cristiane Lopes, Expedito Junior, Rosangela Donadon, e de ex-parlamentares como Jair Montes e ainda nas paradas filhos de comerciantes ricaços como Sandubas e Paroca.

Difícil acreditar

Tem algumas coisas difíceis de acreditar, ruim de engolir nestas eleições na capital. Sabendo-se que uma vitória de Mariana Carvalho (UB), fortalece os projetos do governador Marcos Rocha disputar o Senado e de Hildon Chaves pleitear o CPA Rio Madeira, como se pode acreditar que o senador Jaime Bagatolli (PL), se aprontando para disputar o governo estadual em 2026, apoia com sinceridade esta aliança chapa branca de Mariana? Como é possível engolir que o vice-governador Sergio Gonçalves, que vai disputar a reeleição substituindo Rocha, está verdadeiramente engajado a favor de Mariana, sabendo-se que uma vitória sua faz decolar Hildão como um foguete ao governo estadual?

Via Direta

*** As polarizações nas eleições da região amazônica: Em Rio Branco, no Acre, o ex-prefeito petista, agora filiado ao MDB, Marcus Alexandre vai levando vantagem sobre o candidato bolsonarista, o prefeito Tião Bocalon (PP). Em Manaus, o prefeito David Almeida numa peleja polarizada com o deputado federal Armon Mendel *** Em Porto Velho, como em Manaus temos um confronto de bolsonaristas. De um lado, Mariana Carvalho (União Brasil) de outro Leo Moraes (Podemos) *** A possibilidade de eleições em dois turnos é grande nas referidas capitais *** Ainda vai para longe a reforma do porto Cai N’Agua em PVH. Nem a licitação foi feita ainda.

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