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A determinação do ministro Flávio Dino, do STF, sobre as queimadas na Amazônia, é chover no molhado

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Vale a Verdade

A determinação do ministro Flávio Dino, do STF, de que os seis estados da Amazônia expliquem a concentração de 85% dos focos de queimadas em apenas 20 municípios da região pode ser chover no molhado, já que as autoridades estaduais são as principais interessadas no diagnóstico da realidade do desmatamento e do fogaréu. Em todo o caso, a providência faz parte da concatenação entre a União, os estados e os municípios em torno de medidas adequadas de enfrentamento às queimadas na Amazônia e no Pantanal.

É preciso que não só os seis estados, mas toda a nação, tomem conhecimento amplo do que realmente acontece, no mínimo para escapar da irritante boataria disseminada ora por governistas, ora por oposicionistas, que, nas redes sociais, não são exatamente poços de verdade e decência. A guerra suja nas redes sociais transforma verdade em mentira e mentira em verdade, semeando a confusão na base da lei da selva, segundo a qual quem grita ou rosna mais - ou seja, viraliza suas próprias fake news - tem mais razão.

O conhecimento da realidade das queimadas é necessário até para saber a quem responsabilizar pelas grandes perdas que o agronegócio sofre com a destruição ambiental: culturas altamente valorizadas abortando, gado morrendo e o futuro comprometido. As perdas por eventos climáticos extremos somaram ao redor de R$ 300 bilhões em uma década - volume similar ao previsto para aplicação no desenvolvimento industrial do país até 2033.

Fazendo as Contas

Vamos aos dois lados da campanha eleitoral em Porto Velho. Do lado da candidata Mariana Carvalho (União), com os recentes apoios de Célio Lopes (PDT) e Benedito Alves (Solidariedade), mais os 40 mil votos de vantagem do primeiro turno, a fatura será liquidada com certa facilidade neste segundo turno, programado para o próximo dia 27. Os marianistas estão confiantes de que o adversário, no caso Leo Moraes (Podemos), sequer terá tempo suficiente para reverter uma situação que é claramente favorável à candidata, já que temos poucos dias de semana e Mari já estará afiada para os debates, não cedendo terreno ao adversário.

Guerra de Pesquisas

O segundo turno em Porto Velho prossegue com uma guerra de pesquisas entre as campanhas de Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos). Ambas com resultados díspares, e vai se saber se todas as pesquisas são mentirosas. Da minha parte, nem pão, nem queijo. Se forem somados os resultados das duas sondagens que acompanhei (uma de cada lado) e divididos por dois, vai dar um equilíbrio de forças.

Entenda o Conflito

Está difícil esconder o conflito de interesses entre as duas lideranças. Uma derrota de Mariana prejudica a possibilidade de uma candidatura vitoriosa de Hildon Chaves (PSDB) em 2026 ao governo estadual. No campo da estratégia, seria um belo golpe no alcaide. Hildon, tornando Mariana vitoriosa, voará alto com favoritismo no confronto contra Sérgio Gonçalves. Portanto, é preciso aparar as asas do tucano enquanto há tempo. Acredita-se que Sérgio Gonçalves já tem sua chapa pronta para 2026: ele ao governo, Marcos Rocha e Silvia Cristina ao Senado.

Vitória de Mariana

Numa vitória de Mariana, com Hildon Chaves como candidato ao governo estadual, ele virá para as eleições de 2026 com o atual senador Marcos Rogério (PL) à reeleição. O alcaide ainda teria o direito de lançar mais um candidato ao Senado, já que são duas vagas em disputa, mas a preferência ficará centrada em Marcos Rogério para a peleja da reeleição. Havendo o enfraquecimento de Hildon, com uma eventual derrota de Mariana, Rogério seria o candidato ao governo estadual, Hildon ao Senado e viria para a eleição estadual com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se Hildon é o bicho na capital, Bolsonaro é o cara no interior de Rondônia.

Fazendo as Contas

Hildon é imensamente mais popular que o governador Marcos Rocha na capital. Havendo um embate direto entre os dois, numa eventual disputa ao Senado, com certeza o tucano levaria a melhor. Mas existe o jogo de conveniências entre os grupos Hildon/Mariana contra Rocha/Gonçalves para as eleições municipais na capital. Pergunta-se até que ponto poderá ser encenada uma harmonia entre estes agrupamentos, se o punhal da traição já está meio escancarado. Afinal, junto com Fernando Máximo (União Brasil), estão vindo muitas lideranças ligadas ao atual vice-governador na campanha de Leo Moraes.

Via Direta

*** Nossos vizinhos: Em Rio Branco, o prefeito Tião Bocalon foi reeleito com boa vantagem, ratificando a força do bolsonarismo. Em Manaus, a briga também acontece entre dois bolsonaristas para o segundo turno: o prefeito David Almeida e o capitão Alberto Neto. *** Como se vê, o bolsonarismo segue forte na região Norte, já que em Porto Velho também colocou sua candidata Mariana no segundo turno. *** Expectativa de uma grande final no pleito de segundo turno na capital rondoniense. Grande mobilização dos candidatos antagonistas Mariana e Leo Moraes. *** Nem a campanha eleitoral turbinou o comércio em PVH. Muitas queixas no comércio lojista.

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