Castigo e prêmio
Os desmatadores da floresta precisam ser identificados e punidos na forma da lei, sem exceções e com o devido rigor. Eles próprios acabarão reconhecendo no curso das ações judiciais necessárias que no fim das contas, depois de cumpridos todos os trâmites regulares, foram premiados, bem como suas famílias, amigos e a população em geral.
Há pouco, decisão do juiz federal Paulo César Moy Anaisse condenou três desmatadores, dentre uma série de restrições, a pagar multas por danos materiais e morais coletivos, como bem determina a legislação. Já que ninguém pode ser poupado da punição alegando desconhecer a lei, os castigos sofridos já deveriam ser esperados pelos infratores.
A sentença traz um castigo adicional que no fim de todo o processo vai constituir um prêmio aos próprios desmatadores e a todos: terão que fazer o reflorestamento das áreas prejudicadas. Ao cumprir essa parte da sentença, terão de volta direitos perdidos ao cometer a infração, compensando na medida do possível os prejuízos causados à floresta e se premiando com a perspectiva de um clima protegido em que todos serão finalmente beneficiados.
Essa recente sentença é ainda aquela água que o beija-flor leva no pequeno bico para oferecer sua parte no esforço geral pelo combate ao incêndio da floresta: ainda parece pouco, mas ao se somar às atitudes corretivas de todos levará a grandes resultados.
O efeito manada
Um efeito manada devastador, como já tinha ocorrido nas eleições dos prefeitos Roberto Sobrinho (PT) e Hildon Chaves (PSDB) em pleitos passados, conduziu neste domingo o ex-deputado federal Leo Moraes (Podemos) a prefeitura de Porto Velho. Um movimento de massas só identificado nos últimos dias por alguns institutos. O caro leitor já sabia deste efeito manada nesta coluna há quase três semanas. Está registrado nos órgãos de imprensa que publicavam o texto na íntegra.
O punhal da traição
Fui até recorrente nas últimas colunas afirmando que o punhal da traição rolava solto contra a candidata chapa branca Mariana Carvalho. O caro leitor, várias vezes foi alertado a respeito e a origem das traições. Me impressiona o fato de Hildon e Mariana saberem o que estava acontecendo nos bastidores e não se pronunciarem a respeito do assunto. Em grandes alianças também ocorre o abandono da embarcação quando aliados farejam a derrota do seu candidato que de favorito passa a ser um nome renegado.
A crucificação
Se tudo conspirou a favor de Leo Moraes na jornada 2024, tudo conspirou contra Mariana Carvalho, que não merece ser crucificada como está sendo pela derrota, Não é ela a responsável pela aliança que desandou. Tudo começou com a rasteira aplicada no candidato Fernando Máximo, o que rachou o União Brasil. Seguiu pela orientação de Mariana não comparecer aos debates, algo bem desgastante obrigando a candidata a comparecer nos últimos confrontos na TV. O público também constatou que as pesquisas vigentes não batiam com a tendência no meio da população. Uma fogueira de vaidades dividiu a composição de 14 paridos, que acabou descarrilhando. E pasmem: muitos hildistas votaram contra Mariana, refugando a escolha feita pelo prefeito.
O raio caindo
Mesmo quem está habituado as reviravoltas das eleições em Porto Velho podia até acreditar que o raio não cai três vezes no mesmo lugar. Na capital rondoniense, cai. Com efeitos manadas o raio caiu em Porto Velho nas eleições de Roberto Sobrinho e Hildon Chaves e tornou a cair, com grande estrondo nas eleições deste ano. Enquanto uma parte da cidade chora a derrota de Mariana Carvalho, uma outra festeja Leo. Um resultado que vai ter reflexos nas eleições gerais de 2026. O grupo do vice-governador Sergio Gonçalves ganha força na disputa do governo estadual, O grupo de Hildon, vai ter que refazer suas contas.
Com eficiência
Leo e seu marketing (grande trabalho dos seus marqueteiros) foram eficientes, numa batalha contra tudo e contra todos. Que situação para os chapas brancas! Vão ter que remontar suas estratégias para as eleições de 2026, já sabendo que a oposição ganhou asas.
Os evangélicos
O eleitorado evangélico votou em peso em Leo Moraes, resultando numa larga margem de diferença a favor do candidato da oposição. Com muitos vereadores e deputados estaduais evangélicos na aba de Mariana, eles vão ter problemas para se explicar na campanha governista. E nas eleições de 2026, terão um ajuste de contas com o segmento evangélico por terem apoiado uma candidata que não tinha apoio no meio cristão. Os candidatos evangélicos anotaram o recado das urnas e vão denunciar os atuais deputados estaduais e vereadores que estavam no palanque contrário a Leo Moraes. Problemas a vista para eles em 2026.
Via Direta
*** Com preços estáveis para a soja e o milho, os agricultores vivenciam um bom momento na agricultura. Também os pecuaristas comemoram o aumento do preço da arroba do boi já projetando novos investimentos na pecuária rondoniense *** A chiadeira é grande dos consumidores com relação aos aumentos dos hortifrutigranjeiros nos supermercados da capital. Alguns produtos aumentaram quase 100 por cento nas últimas semanas *** Cresce o número de mendigos e drogados pelas ruas de Porto Velho. Várias cracolândias infernizando os comerciantes na rodoviária, no centro histórico e em outros pontos já conhecidos. É cosia de louco!
Carlos Sperança