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A campanha eleitoral em Porto Velho foi benéfica para a saúde dos dois candidatos

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Perdas volumosas

O governo federal determinou o montante de R$ 412 milhões para as atividades do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para todo o ano de 2024. É uma dotação importante, sobretudo quando se considera que os direitos humanos são uma prioridade em um mundo marcado pela violência das guerras, escalada da criminalidade e escaramuças entre extremistas políticos que semeiam a desordem alegando buscar a ordem.

Segundo os cálculos de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, foi exatamente esse volume de recursos a soma das perdas causadas anualmente ao agronegócio pelo desequilíbrio climático decorrente do desmatamento.

O estudo vai mais além: estima que as perdas na produção de soja e milho na Amazônia de 2006 a 2019 alcançaram a impressionante marca de R$ 5,8 bilhões. Também para termos de comparação, este é o mesmo total de recursos que veio constituir o festejado novo recorde de financiamentos contratados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) nos três estados do Sul em 2023.

Não faz qualquer sentido um país pobre perder tanto dinheiro, sobretudo quando se observa a infraestrutura a passos de tartaruga, travada por projetos que tentam driblar as leis e esbarram na reação da sociedade organizada e na Justiça. Na ponta do lápis, preservar e cumprir as leis renderá muito mais.

Campanha benéfica

A campanha eleitoral no segundo turno em Porto Velho foi benéfica para a saúde dos dois candidatos, Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos), que se sagrou o novo prefeito. Ambos emagreceram vários quilos e no dia da eleição isto foi bem visível nas secções onde foram votar. Mariana, linda e maravilhosa, voltou a ser meiguinha.Leo Moraes, sereno e equilibrado, pregando a união de todos para enfrentar os grandes desafios que terá pela frente nos próximos anos. Não constatei ressentimentos.

A curiosidade

Porto Velho renovou a tendência de optar por ex-deputados federais no Paço Municipal. Jeronimo Garcia de Santa (goiano), em 1985, Chiquilito Erse (amazonense) em 1988, José Guedes (goiano) em 1992, Chiquilito de novo em 1996, Carlinhos Camurça rondoniense em seguida, cumprindo parte do mandato de Chiquilito e se reelegendo posteriormente. Também Mauro Nazif (carioca) foi ex-deputado federal protagonizando uma disputa com outro ex-deputado federal Lindomar Garçom. As exceções foram Roberto Sobrinho (paulista) e Hildon Chaves (pernambucano). O favorito da temporada era um deputado federal, Fernando Máximo (goiano) que ficou sem uma sigla partidária para a peleja.

Habilidade

A ser entronizado no Palácio Tancredo Neves, sediado agora no Prédio do Relógio a partir de janeiro, o novo prefeito Leo Moraes (Podemos) vai precisar de muita habilidade para conduzir os destinos da capital rondoniense. Vai assumir em pleno inverno amazônico com as chuvas intensas, podendo enfrentar grande desgaste. Na Câmara de Vereadores, o atual prefeito Hildon Chaves com suas alianças emplacou todos os 23 vereadores. Alguns já viraram a casaca, mas Hildão, passado aquele prazo de lamber as feridas da derrota com Mariana, será ventríloquo da oposição no legislativo municipal. O bicho vai pegar.

Chantagens

Outro problema a ser enfrentado por Leo Moraes é com relação a vereadores chantagistas já acostumados com benesses das gestões municipais, como compra e venda de merenda escolar a equipamentos, indicação de parentes em cotas leoninas e demais regalias que acontecem no Brasil inteiro - e a população não sabe. Sendo contrariados os edis arrumam um pau mandado para entrar com pedido de impeachment para incomodar.

Eleições 2026

O pleito na capital deixou bem clara algumas situações. Se quiser ser governador em 2026, o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) vai precisar se aproximar do eleitorado evangélico. Não adianta ter deputado ou vereador aliado do segmento, não entregam o que prometem. Hildão segue sendo o político de maior popularidade na capital e mesmo com as asas aparadas pela derrota de Mariana, em confronto pelo CPA levaria vantagem sobre seus oponentes. Terá que reforçar suas paliçadas no interior, mas se desistir do governo, será um baita candidato ao Senado, levando grande vantagem na capital contra os concorrentes.

Grupos se formando

Passadas as eleições municipais vários grupos vão se formando para a conquista do CPA Rio Madeira. Do lado governista o candidato é Sergio Gonçalves (União Brasil), vice-governador que vai assumir no final do mandato do governador Marcos Rocha já em campanha ao Senado.

Via Direta

* Chamou a atenção o elevado índice de abstenção neste segundo turno em Porto Velho. Mais de 30 por cento, um dos maiores nas capitais. O maior deles aconteceu em Porto Alegre, algo em torno de 35 por cento * Coisa de louco: a maçã nacional (se for da argentina mais cara ainda) está a razão de R$ 17,00 nos supermercados. A carne disparou. Só nos resta lamber os ossinhos de frango assado na ceia natalina** Muitas reclamações dos mutuários no que se refere aos novos encargos para aquisição da casa própria. As coisas só estão piorando** Muitos negócios engatilhados nas imobiliárias foram por água abaixo neste final de ano.

Carlos Sperança

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