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Rondônia padece com obras federais travadas [...] com a suspenção de licitações

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Pessimismo instrutivo

A Amazônia, em sua vasta amplitude, é ainda uma desconhecida até para quem nasceu e vive nela. O que se vê pela imprensa, da literatura à ciência, são recortes esporádicos e descolados longe de compor um retrato amplo da verdade. Dentre aqueles que melhor conheceram a região estava o escritor Márcio Souza, morto em agosto. A noção dos graves problemas que cercavam a floresta dava ao escritor uma visão pessimista sobre o futuro da Amazônia e da humanidade. 

Ao contrário de contagiar seus leitores com o pessimismo, porém, Souza deixou seguidores que partiram de suas conclusões francas para atitudes positivas. Note-se a agricultura, na qual já estão vencidas as condições da época em que Souza começou a registrar os terríveis fatos da ampla história que escreveu e seguirá como grande referência para quem quiser se iniciar nos mistérios da região. A agricultura é fundamental para a produção de alimentos, mas precisava evoluir para o máximo de rendimento com o mínimo de desperdício.

O conhecimento da região trazido pela pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia forjaram a agricultura de precisão. Hoje, drones e satélites se combinam com programas instalados em máquinas para coletar dados que orientam no sentido de economia, eficiência e proteção ambiental. Há grandes obstáculos, mas também grandes soluções.

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Obras travadas

Rondônia padece com obras federais travadas, com a suspenção de licitações e outros obstáculos burocráticos. Neste estado as obras são anunciadas espetacularmente como foi o caso da ponte binacional em Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia e depois postergadas em brutais disputas pelas empreiteiras alegando irregularidades, para negociar algum acordo. Outro problema é o anuncio de obras no inverno, que só poderão ser iniciadas no verão por causa da temporada de chuvas. Das obras estaduais, não é muito diferente vejam o caso do Heuro patinando há tantos anos.

A transferência

Na recente eleição de outubro constatou-se o quanto é difícil a transferência de votos, mesmo de lideranças aprovadas com menção honrosa por suas gestões, caso do ex-prefeito de Rolim de Moura e ex-governador Ivo Narciso Cassol e agora em Porto Velho pelo czar tucano Hildon Chaves que não conseguiu emplacar a Mariana Carvalho (União Brasil). Como o prefeito teve sucesso na eleição da sua esposa Ieda a Assembleia Legislativa - e foi uma das mais votadas - esperava-se um replay positivo também com Mariana.

Quatro gestões

Quando prefeito o saudoso Chiquilito Erse dizia que seriam necessárias pelo menos quatro boas administrações na prefeitura de Porto Velho para colocar todas as demandas em dia. Ele realizou uma delas, quando foi escolhido ao lado de Jaime Lerner de Curitiba, como um dos dois prefeitos mais populares do País. Também tivemos uma boa administração de Hildon Chaves. Conforme as estimativas de Chiquilito ainda faltariam então duas grandes gestões para colocar as demandas da capital rondoniense em dia. Então, que Leo capriche. 

A despedida

Depois de oito anos de uma gestão marcante, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) prepara sua despedida do Palácio Tancredo Neves, instalado no Prédio do Relógio (foi para valorizar o centro histórico) com um Natal inesquecível. Existe a promessa de uma grande festa natalina - no Parque da Cidade e a inauguração da nova rodoviária na Av. Jorge Teixeira, cujas obras estão em fase de conclusão. Fala-se em 90 por cento das obras concluídas e a possibilidade de a inauguração do logradouro ocorrer ainda neste mês de novembro, ou meado de dezembro.

Grande legado

O alcaide da capital rondoniense deixa a municipalidade com um baita legado, o maior legado de todos os prefeitos rondonienses. Obras de vulto. Hildão foi o prefeito que melhor se articulou na busca de recursos de emendas parlamentares para tocar a pavimentação, reformas de escolas, creches e postos de saúde. Mas como outros prefeitos sofreu também desgastes com os graves problemas de alagações. Atribuiu-se as alagações e a situação caótica da saúde a derrota da sua ungida, Mariana Carvalho na peleja pela prefeitura de Porto Velho. 

Segue a vida

O prefeito atual passa a titularidade do Paço Municipal ao prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) mas permanecerá em evidência na gestão da Associação Rondoniense de Municípios-AROM, uma entidade que pode impulsionar uma futura candidatura ao Senado ou ao governo estadual. Se optar pela peleja pelo governo estadual vai enfrentar uma disputa com o atual vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil), o prefeito Adailton Fúria (PSD-Cacoal), o senador Jaime Bagatolli (PL) de Vilhena, o ex-governador Confúcio Moura (Ariquemes). E tem ainda o ex-governador Ivo Cassol, caso consiga se desvencilhar das amarras da justiça, também na peleja, como favorito.

Pires na mão

Bem articulado, com o pires na mão, o prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) tem se adiantado com a transição sucessória e na busca de recursos em Brasília. O atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) foi muito eficiente na parceria com a bancada federal e grande parte das suas obras de pavimentação, da nova rodoviária e outros logradouros surgiram através de recursos de emendas parlamentares. Se vê que Leo segue o mesmo caminho e já abriu conversações com os deputados federais e senadores na sua recente viagem a Brasília. Hildon e Chiquilito foram os prefeitos que mais trabalharam, até mesmo, com adversários na busca de recursos.

Via Direta

* O jornalista acreano Asterio Moreira sempre lembra que as emendas parlamentares são usadas como cortesia com o chapéu alheio. De fato, os deputados estaduais, federais e senadores, autores das emendas se dizem os realizadores, enquanto que o dinheiro aplicado é federal * Aqui em Rondônia grandes obras do governo federal não tiveram ao menos citação nas placas de inauguração os nomes dos presidentes ou governadores * Vejam o caso da construção da nova rodoviária na capital, com recursos de emendas da ex-deputada Mariana, onde Lula nunca é citado pela ex-parlamentar e pelo prefeito. Dizem que a obra é deles.

Carlos Sperança

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