Colunas | Carlos Sperança

Entre a cela e o Senado: Rondônia vive cenário de incertezas políticas

Confira a coluna


Ninguém quer

Não é uma ideia original construir uma prisão de segurança máxima em plena floresta amazônica, projeto do governo francês com a intenção de isolar narcotraficantes e radicais islâmicos. O governo repressivo de Artur Bernardes isolou em uma prisão em Clevelândia do Norte (AP), pegado com a Guiana Francesa, opositores do governo capturados no Paraná durante a Revolução Paulista, soltos no governo Washington Luís, em 1926, por terem se rendido com a promessa de julgamento justo e liberdade.

Aliás, até já existe uma prisão na mesma Saint-Laurent du Maroni, que os amantes da boa literatura conhecem do livro Papillon, de Henri Charrière, expondo a colônia penal da Ilha do Diabo. A intenção do governo daquele país é dar ao local a estrutura de segurança máxima até 2028.

A repercussão do projeto foi a pior possível. É tratar a Amazônia francesa como "lata de lixo" na qual a elite francesa possa jogar o que incomoda. Vai gastar uma fortuna nessa prisão enquanto relaxa em algo que deveria de fato preocupar: cerca de 30% da cocaína consumida na França vem de lá.

No Paraná, após a construção do presídio de segurança máxima de Catanduvas aumentou a movimentação de drogas e traficantes na região e os guianeses temem o mesmo efeito com esse projeto. Aliás, Papillon fugiu da Ilha do Diabo. A França deveria pensar em usos melhores para as belezas e maravilhas amazônicas.

A confirmação

Com a volta do governador Marcos Rocha da sua viagem a Israel, foi confirmada sua disposição de disputar uma cadeira ao Senado e, por conseguinte já se sabe que o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) vai assumir sua cadeira no Palácio Rio Madeira a partir de abril do ano que vem. A candidatura de Gonçalves racha as bases o governo estadual. Um naco das lideranças chapas brancas está com ele no seu projeto a eleição, uma outra parte prefere o ex-governador Ivo Cassol (PP) e uma terceira vertente acredita mais nas possibilidades do deputado federal Fernando Máximo.

Múltiplas alternativas

O cenário é tão nublado com relação a sucessão estadual em Rondônia que tem ainda gente que prefere se aliar aos adversários do governador Marcos Rocha, se alinhando com a candidatura favorita da temporada, qual seja, do senador Marcos Rogério (PL) que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Pacificar, então, as hostes situacionistas se tornou um desafio para o atual governador que ainda não definiu quem irá apoiar. E existe possibilidade de não se alinhar a candidatura do seu vice que tem se recusando desde já as suas orientações de cunho político.

Esperando definições

As possíveis postulações oposicionistas a gestão de Marcos Rocha aguardam as definições da base aliada do Palácio Rio Madeira com toda atenção. De um lado, o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), pilotando a caravana da esperança, de outro o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) buscando alianças para alicerçar sua candidatura, e contamos ainda com o atual prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), a grande novidade do pleito que se aproxima. Do lado chapa branca ainda tem Ivo Cassol aguardando suas pendencias com a justiça com a expectativa de ser o ungido para a disputa ao CPA. Neste caso, Rocha e Silvia Cristina seriam os postulantes ao Senado na mesma chapa.

A chapa bolsonarista

Como a composição bolsonarista em Rondônia já está definida pelo mito, com Marcos Rogerio ao governo estadual, Bruno Scheidt e Fernando Máximo ao Senado, já se tem como "sem tetos" no segmento, o candidato a governador Sergio Gonçalves e o postulante ao Senado Marcos Rocha no ambiente conservador. Muita expectativa e muita briga no bolsonarismo, portanto, para satisfação da oposição. O que se vê, portanto neste primeiro cenário, é de grandes possibilidades deste racha estadual levar ao despenhadeiro o projeto do vice-governador Sergio Gonçalves de se "reeleger".

Cenário de incertezas

Este panorama político rondoniense, povoado de incertezas deve se arrastar até a posse do vice-governador Sergio Gonçalves no CPA Rio Madeira. Com a caneta na mão, ele terá melhores condições de negociar apoio a sua candidatura e montar sua base, já que terá a máquina estadual a seu favor. Se desistir da candidatura ao CPA, atendendo pleito do atual governador Marcos Rocha, a composição chapa branca será totalmente alterada. Se for liberado, Ivo Cassol, seria o cara escolhido para enfrentar no segmento de embate conservador, o senador Marcos Rogério.

Via Direta

*** A prefeitura de Porto Velho está concluindo o projeto de climatização da nova rodoviária construída pela administração passada, mas deixando alguns quesitos para trás na sua inauguração, marcando a despedida do então prefeito Hildon Chaves *** Uma ação muito oportuna na nova gestão, já que no verão o calor é de doer no lombo dos pobres passageiros rondonienses *** A emancipação dos distritos de Porto Velho, como Extrema, Nova Califórnia, Jaci-Paraná, União Bandeirantes só ficou na conversa fiada dos deputados estaduais *** As lideranças distritais querem buscar agora socorro com os deputados federais e senadores. Uma caravana de lideranças distritais organiza uma marcha a Brasília.

Carlos Sperança

PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de Carlos Sperança
Últimas postagens de Carlos Sperança