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Histórico mostra força de Porto Velho na eleição de deputados estaduais

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Falta bom senso

Não é educado dizer palavrões, mas a realidade amazônica, tendo em vista o melhor aproveitamento de suas riquezas, exige que se leve em conta duas palavronas: bioeconomia, se a intenção é abarcar o sentido amplo das formas de exploração econômica dos recursos naturais vivos da floresta; e sociobioeconomia, se a intenção é direcionar o enriquecimento também às camadas sociais injustiçadas e historicamente sem acesso aos modernos meios de produção e comércio.

O meteorologista Carlos Nobre descreve a sociobioeconomia como "uma abordagem emergente e interdisciplinar que coloca o bem-estar das pessoas e a conservação da natureza no centro da economia, acima do lucro e do crescimento monetário". É uma descrição correta, mas nem é preciso colocar a felicidade humana e a preservação do ambiente natural acima dos ganhos econômicos - é perfeitamente possível emparelhar tudo sem dar margem a gritarias "ideológicas".

Por não entender nem valorizar as duas palavronas como se deve, o Brasil, dono da maior biodiversidade do mundo, não consegue sequer 0,5% do PIB explorando todas as suas possibilidades já definidas com rentáveis. Enquanto as bolhas se insultam e paralisam o Brasil, como na ridícula imagem do senador se acorrentando para impedir o país de funcionar, bilhões de reais nos escapam. Um pouco de bom senso ajudará muito.

A pulverização

É uma tradição, desde as primeiras eleições gerais em 1982 - exceto para govenador -Porto Velho emplacar de sete a oito deputados estaduais. No pleito do ano que vem a capital terá dificuldades em repetir uma bancada tão representativa. Ocorre que quase 20 dos 23 vereadores da capital entram na disputa. Além disto, ex-deputados estaduais que foram derrotados em eleições passadas voltam a ativa e armados até os dentes para voltar ao legislativo estadual. Com tantas postulações, a pulverização de votos será enorme, fato que favorece os postulantes do interior do estado.

Cassação difícil

A cassação do mandato do governador de Roraima Antônio Denariun (PP) está mais difícil do que foi o afastamento do deputado federal rondoniense Eurípedes Lebrão de Rondônia no Congresso, que só deixou o mandato recentemente. Denarium já foi cassado quatro vezes do cargo e vai se mantendo no poleiro. Agora foi marcado mais um julgamento para sua cassação, para o dia 26 de agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral-TSE. Do jeito que vão indo as coisas, o mandatário roraimense vai se manter até o final do mandato no governo estadual, diante da morosidade da justiça com relação a cassação de governadores.

Redano não cogita?

Cogitado como uma solução durante a crise vivenciada pelo atual governador Marcos Rocha (União Brasil) e seu vice Sergio Gonçalves o deputado estadual Alex Redano, presidente da Assembleia Legislativa, disse ao programa Conexão do Rondônia ao Vivo, do jornalista Ivan Frazão que jamais considerou a alternativa. Disse que jamais aceitaria assumir o cargo sem um acordão entre todas as forças políticas e a aprovação do povo de Rondônia. Mas assessores e aliados trabalharam nesta via e ainda não descartam a possibilidade.

O jogo dos Fúrias

O ex-governador Valdir Raupp fez história na política rondoniense. Primeiro porque foi o único prefeito de Rondônia, pelo MDB a derrotar um candidato apoiado pelo mito Teixeirão no início dos anos 80 em Rolim de Moura, depois em virtude daquela reviravolta sensacional em cima de Chiquilito ao governo estadual e elegendo sua esposa Marinha a Câmara dos Deputados em 1994. Agora o prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) quer imitar Raupp, tentando conquistar o CPA Rio Madeira e eleger sua esposa Joliane a deputada federal. Iniciativa semelhante também pode partir do ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) que pode eleger sua esposa, Ieda na disputa por uma cadeira a federal.

Caindo do cavalo

Por falar no ex-governador Valdir Raupp (MDB), que venceu a tudo e a todos e não tem necessidade mais de provar nada a ninguém, ele só caiu do cavalo mesmo no MDB naquele celebre confronto com El Carecon que queria disputar uma cadeira ao Senado e numa convenção tumultuada onde Confúcio levou a melhor depois de aprontar uma confusão dos infernos. Confúcio venceu o barbudo queixada de virada. Raupp estava em vantagem, mas ao final as contas, perdeu a parada. Fala-se que Raupp estaria deixando o MDB, ainda magoado com El Carecon.

Gana de Confúcio

Outro político que tem gana de torcer o pescoço do ex-governador, atualmente exercendo o mandato de senador, Confúcio Moura, é o ex-governador Ivo Cassol, que era considerado um invencível e achava que elegia até poste ao antigo Palácio Presidente Vargas, como fazia Texeirão. Ele lançou seu vice João Cahula para se manter no poder com seu aliado e acabou se dando mal. Tudo para dizer que Confúcio tem sido um político de viradas e todas as suas vitórias foram de virada, sejam as de prefeito, deputado federal, governador e senador. É coisa de louco. Vamos ver como será seu confronto com os bolsonaristas nas eleições do ano que vem.

Via Direta

*** Mesmo apupado por lideranças catarinenses que exigem sua expulsão do território barriga verde, o intruso Carlos Bolsonaro, vereador carioca, já está se mudando de mala e cuia para a região de Florianópolis para disputar uma cadeira ao Senado *** Santa Catarina é o estado mais conservador do Brasil, consegue ser mais fanático que Rondônia, Acre e Roraima, mas os conservadores de lá não querem perder espaço para o filho do mito *** Trocando de saco para mala: Em Rondônia, alguns políticos que mudaram de domicílios se deram bem: o ex-prefeito de Colorado Melki Donadon foi eleito e reeleito em Vilhena, o ex-prefeito de Alvorada Laerte Gomes foi eleito deputado estadual em Ji-Paraná *** Mas Garçon, de Candeias e Amorim de Ariquemes tentaram se eleger prefeitos em Porto Velho e caíram do cavalo.

Carlos Sperança

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