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Relembrando Johnny Alf

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"Duas ou três coisas que você não sabe" é o título da ótima biografia do compositor, letrista e um precursores da Bossa Nova, Johnny Alf, de João Carlos Rodrigues e lançado como um dos volumes da coleção Aplauso, da Imprensa Oficial de São Paulo.

Alf, um dos fundadores do Sinatra-Farney fan Club, começou a estudar piano clássico na infância, e logo se interessou pelas canções de George Gershwin, Cole Porter e Custódio Mesquita, autor de canções como Nada além. Seu nome de batismo é Alfredo José da Silva, mas foi aconselhado a mudar e então adotou o nome artístico Johnny Alf.

Em 1952 Alf começou a atuar profissionalmente como pianista em casas noturnas, e teve composições gravadas pela primeira vez pela cantora Mary Gonçalves. Tocando em Copacabana, ficou conhecido por Dolores Duran, João Gilberto e João Donato, e suas temporadas no Beco das Garrafas e na boate Plaza reuniam à época toda a primeira geração da Bossa Nova.

Sua música "Rapaz de Bem" é considerada a mais Bossa Nova das músicas antes do surgimento da Bossa Nova. Sua maneira suingada de cantar e se acompanhar ao piano influenciou legiões de cantores e pianistas. Gravou discos esporadicamente, entre eles "Ele É Johnny Alf", de 1971. Em 1991 lançou Olhos Negros, disco em duetos com vários convidados fazendo releitura de seus sucessos, dentre eles, "Eu e a Brisa", "Ilusão À Toa", "O que É Amar", "Céu e Mar". Em 1998 lançou o CD "Eu e a Bossa", 11º de sua carreira.

Johnny Alf, que morreu 2010, sem deixar herdeiros e vivendo em um asilo na Grande São Paulo, foi desvalorizado pela falta de memória do país. É o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. E Alf foi um gênio, teve participação na história da nossa música e relegado ao esquecimento como ocorreu com outro grande nome da Bossa Nova, o compositor Newton Mendonça, amigo de infância e parceiro de Tom Jobim em canções antológicas, dentre elas, "Samba de uma nota só" e "Caminhos cruzados", ambas gravadas e eternizadas por João Gilberto.

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