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Os desafios na proteção das mulheres em Rondônia

Confira o editorial


Nesta semana os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública deixaram expostos uma realidade que já se suspeitava existir, mas mesmo assim, alarmante: Rondônia lidera o ranking dos casos de feminicídios na Amazônia Legal, região que abrange ainda os estado do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e parte do Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. A taxa de 3,0 mortes por 100 mil mulheres no último ano é um reflexo assustador da vulnerabilidade enfrentada por elas aqui no Estado.

Não é menos preocupante que o Acre e Mato Grosso também apresentem altos índices, indicando uma crise latente que demanda atenção imediata. No entanto, chama atenção o contraste com estados como Roraima, Amazonas e Pará, que aparentemente registram taxas inferiores à média nacional. Essa aparente discrepância, entretanto, pode estar fortemente influenciada pela subnotificação de casos.

A baixa notificação de feminicídios nesses estados suscita questionamentos cruciais sobre a eficácia dos mecanismos de denúncia e registro de casos de violência contra a mulher. A subnotificação não pode ser interpretada como ausência do problema, mas sim como um indício de falhas no sistema de apoio e proteção às vítimas.

É imperativo ressaltar que a violência de gênero transcende fronteiras geográficas e é uma preocupação nacional. Enfrentar essa realidade demanda um esforço coletivo: políticas públicas eficazes, educação para prevenção, fortalecimento das redes de apoio e, crucialmente, um compromisso firme para ampliar a conscientização e encorajar a denúncia.

As mulheres da Amazônia Legal merecem viver sem medo, sem ameaças à sua integridade física e psicológica. É fundamental que o Estado assuma sua responsabilidade na proteção das mulheres, garantindo estruturas eficazes de assistência e justiça às vítimas dessa violência, que, infelizmente, é cotidiana em muitos lares rondonienses.

A luta contra o feminicídio e a violência sexual na região amazônica deve ser encarada como prioridade máxima. Não podemos permitir que a falta de dados confiáveis mascare a gravidade desse problema. É hora de agir com urgência, promovendo uma cultura de respeito e igualdade, assegurando que todas as mulheres tenham o direito fundamental de viverem livres de qualquer forma de violência.

É uma questão de justiça, de direitos humanos e de dignidade. A proteção das mulheres em Rondônia e na Amazônia Legal não pode mais ser negligenciada.

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