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O pesadelo dos estupros que precisa ter um fim urgente

Confira o editorial


O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, expõe uma realidade alarmante em Rondônia. O estado ocupa a segunda posição no ranking nacional de estupros e estupros de vulnerável, com uma taxa de 107,8 casos por 100 mil habitantes. São números que revelam a gravidade da situação e apontam a urgência de ações efetivas para combater esse tipo de crime hediondo.

A situação é ainda mais preocupante quando observamos o aumento de 64,5% nos casos de estupro de vulnerável em comparação com o ano anterior. Esse crescimento exponencial indica falhas graves nas políticas de proteção, principalmente às crianças e adolescentes.

E Porto Velho, capital do estado, figura como a segunda cidade do país com maior incidência desses crimes, reforçando a necessidade de uma ação imediata e coordenada entre as esferas municipal e estadual. A proximidade dos números com a cidade líder do ranking, Sorriso (MT), demonstra que o problema não é isolado, mas parte de um contexto regional que demanda atenção especial.

O aumento de 44% nos casos de estupro contra adultos em Rondônia é outro dado que chama atenção e não pode ser ignorado. Esse crescimento indica uma falha sistêmica na prevenção e no combate a esse tipo de crime, afetando principalmente meninas de até 14 anos.

É fundamental reconhecer que por trás desses números existem vidas devastadas, famílias destruídas e um tecido social profundamente ferido. Cada caso representa uma tragédia individual e coletiva, onde não basta apenas punir os agressores, mas também desenvolver um amplo trabalho de prevenção e apoio às vítimas.

Infelizmente, a situação de Rondônia é o reflexo de um problema nacional, onde uma pessoa é estuprada a cada seis minutos. O aumento de 91,5% nos registros desde 2011 indica que as políticas atuais são insuficientes para conter essa epidemia de violência sexual. Diante desse cenário, existe a necessidade urgente, por parte do poder público, de implementação de medidas eficazes para se reverter esse quadro . Isso inclui o fortalecimento das delegacias especializadas, a ampliação dos canais de denúncia, a melhoria no atendimento às vítimas e, sobretudo, um trabalho intensivo de educação e conscientização da sociedade.

A luta contra o estupro e o estupro de vulnerável deve ser uma prioridade absoluta. Não podemos aceitar que nosso estado e nosso país continuem figurando em rankings tão vergonhosos. É hora de uma mobilização geral, envolvendo poder público, sociedade civil e mídia, para reverter esse quadro e construir uma sociedade mais segura e respeitosa para todos, especialmente para nossas crianças e mulheres. O combate a essa violência é um dever de todos nós. Só assim poderemos aspirar a um futuro onde esses crimes não sejam mais uma realidade cotidiana, mas uma lembrança distante de um passado que não queremos repetir. 

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