Brasil

Sargento gay da PM consegue lincença-paternidade de seis meses para cuidar da filha

O policial Valdi foi o primeiro a conseguir essa licença na Polícia Militar de Pernambuco


Imagem de Capa

Valdi, sargento da PM, e seu marido Rafael conseguiram seis meses para cuidar de Sofia

(Foto: Studio Carla Gomes)

PUBLICIDADE

Na busca por igualdade de direitos, o sargento Valdi Barbosa, da Polícia Militar de Pernambuco, teve uma vitória. Junto com seu marido, Rafael Moreira, ele conquistou uma licença-paternidade de seis meses para cuidar da filha recém-nascida, Sofia, fruto de uma "barriga solidária". Segundo a PM, essa é a primeira vez que um caso desse acontece na corporação.

A batalha de Valdi para garantir sua licença-paternidade não foi fácil. Enfrentou burocracias, resistência institucional e um sistema legal que muitas vezes mostrou não saber lidar com situações novas. Legalmente, ele teria direito a 20 dias de licença, até ser liberado um prazo maior. O estado tentou recorrer a sentença, mas o recurso foi negado.

O sargento juntou os seis meses da licença com suas férias e conseguiu ficar oito meses cuidando de Sofia. "O direito não é meu, é da minha filha. Algumas pessoas podem pensar que eu quis um direito que é das mães, mas na verdade o direito é da criança, de ter alguém se dedicando integralmente a ela por seis meses", disse Valdi em entrevista ao G1.

O sargento da PM tem uma carreira de 14 anos na Cavalaria e costuma trabalhar em um plantão de 24 horas de serviço por 72 horas de folga. Já Rafael, o outro pai, dá aulas online e tem o horário mais flexível, porém não quis abrir mão dos direitos do marido.

"A gente briga muito por espaços, por direitos, e acho que foi um ato de desbravar mesmo. Era mais fácil dizer 'a gente não vai ter direito, mesmo'. Mas a gente pensou: 'pode ser que a gente tenha direito'. Se não tivesse outra forma, contrataríamos uma babá. Seria o jeito. Mas, para a gente, era importante viver cada passo", afirmou Rafael.

Valdi sempre teve o sonho de ser pai e sua irmã, Rosilene, serviu de barriga solidária, fertilização in vitro, para dar à luz a sobrinha. O casal precisou enfrentar muitos preconceitos durante a gestão e não iriam deixar de lutar pela licença-paternidade depois de tudo que passaram.

"Mostrei que minha família existe e preferi não me esconder, porque minha felicidade vale muito mais", disse o sargento.

O Liberal

Mais lidas de Brasil
Últimas notícias de Brasil