Seca extrema na Amazônia impacta comunidades ribeirinhas e distribuição de alimentos

A devastadora seca que assola a Amazônia está gerando sérias consequências para as comunidades ribeirinhas, a fauna e a distribuição de alimentos. Além disso, especialistas alertam que os impactos dessa estiagem histórica podem ser sentidos em todo o Brasil.

Rio Amazonas em Baixa Histórica

O Rio Amazonas, um dos maiores do mundo, está enfrentando uma baixa histórica de aproximadamente oito metros de profundidade. Isso afeta diretamente as comunidades que dependem do rio para pesca, transporte e abastecimento local.

As rotas fluviais cada vez mais secas estão dificultando o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação. Em resposta à crise, a prefeitura de Manaus decidiu adiantar o fim do período letivo das escolas ribeirinhas.

Causas da Seca

A seca na Amazônia, que normalmente começa em agosto e se intensifica em outubro, está ainda mais severa em 2023 devido ao fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico. O climatologista Francisco Eliseu Aquino explica que o El Niño altera a circulação atmosférica, reduzindo a umidade do Atlântico na região amazônica e modificando os padrões de chuva.

Consequências para o Amazonas

O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou situação de emergência em 55 cidades afetadas pela seca. Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, relata dificuldades enfrentadas pela população, incluindo comunidades isoladas que precisam de alimentos e água. Além disso, a seca causou a morte de animais aquáticos, como botos.

Impacto na Geração de Energia

A seca no Norte também afetou a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio em Rondônia, devido à baixa vazão no Rio Madeira. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não descarta a utilização de usinas térmicas para suprir a demanda de energia na região. No entanto, a diminuição na vazão dos rios pode aumentar os custos de entrega de diesel para comunidades que dependem desse combustível para geração de energia.

Apesar das secas nos rios, a demanda de energia elétrica deve se manter estável em todo o país, graças aos principais reservatórios nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Ameaça à Economia e à População

Embora o impacto direto na geração de energia seja limitado, a crise na região Norte pode ter consequências econômicas e sociais significativas. O aumento no custo de entrega de diesel e o uso de usinas termelétricas mais caras podem pressionar as contas de luz, afetando a população.

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Natália Figueiredo - Diário da Amazônia