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Uma descoberta inusitada surpreendeu a moradora Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos, em Itacajá, no nordeste do Tocantins. No dia 7 de fevereiro deste ano, ao investigar uma suspeita de infiltração em sua casa, ela e o marido encontraram um jabuti vivo que, segundo acredita, estava soterrado há quase uma década sob o piso do local.
A suspeita de que o animal estava ali desde uma reforma realizada há mais de nove anos ganhou força ao ser observado que o jabuti apresentava deformações no casco, possivelmente causadas pelo contato prolongado com a cerâmica. "Foi inacreditável. Pensamos que ele veio junto com o cascalho que pedimos na época da reforma e ficou preso ali, bem pequenininho", relatou Luiza.
O biólogo Aluísio Vasconcelos de Carvalho explicou que a sobrevivência do animal em condições tão limitadas pode ter sido possível graças à adaptação e à presença de umidade e oxigênio no local. "Ele entrou ainda filhote e, ao crescer, se adaptou ao espaço. A umidade e a água foram essenciais para mantê-lo vivo", afirmou.
Após a retirada, o jabuti mostrou sensibilidade à luz, dificultando sua exposição ao sol. "Ele quer se esconder embaixo de qualquer coisa quando há claridade", contou Luiza, que o mantém temporariamente em um banheiro reservado. Além disso, as fezes do animal apresentam compostos barrosos, semelhantes à terra, indicando uma dieta incomum durante o período em que esteve soterrado.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) foi acionado e orientou que o animal receba cuidados veterinários especializados. Enquanto aguarda o resgate, o jabuti deve ser mantido em ambiente seguro, com temperatura controlada, acesso à luz solar indireta e alimentação gradual à base de frutas e verduras.
A moradora foi instruída a entrar em contato com o Naturatins por meio do Linha Verde (0800 063 11 55) ou do Linha Verde Zap (63) 99106-7787 para agendar o resgate, que também pode ser feito em parceria com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental e o Corpo de Bombeiros.
A descoberta do jabuti reforça a importância de cuidados ambientais e atenção a detalhes durante reformas e construções, evitando que situações como essa se repitam.
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Diário da Amazônia