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Em meio a escândalo do INSS, Lula convoca Lupi e pode demiti-lo

Governo federal lida com escândalo envolvendo fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do INSS


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Em meio a escândalo do INSS, Lula convoca Lupi e pode demiti-lo

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, para uma reunião na tarde desta sexta-feira (2/5), no Palácio do Planalto. O encontro ocorre em meio ao escândalo envolvendo fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reunião deve acontecer às 16h.

O Metrópoles apurou que a conversa entre o petista e o pedetista pode culminar com a demissão do ministro da Previdência Social e presidente do PDT. O encontro não estava previsto na agenda de Lula.

A fraude que vitimou aposentados e pensionistas do INSS foi revelada pelo Metrópoles.

Entenda o caso

•Em março de 2024, o Metrópoles revelou que 29 entidades autorizadas pelo INSS a cobrar mensalidades associativas de aposentados aumentaram em 300% seu faturamento, enquanto respondiam a mais de 60 mil processos judiciais.

•Segundo o TCU, o valor arrecadado com descontos subiu de R$ 544 milhões (2021) para R$ 2,1 bilhões (2024).

•Depois das denúncias, o INSS iniciou investigações internas; CGU e PF abriram apuração, que resultou na Operação Sem Desconto.

• Promulgada na década de 1990, a lei que permite os descontos diretamente na folha dos aposentados foi instituída com o intuito de simplificar a relação entre aposentados e entidades às quais se filiaram voluntariamente.

Apesar da expectativa pela demissão, ministros palacianos ainda defendem a permanência de Carlos Lupi na Esplanada dos Ministérios enquanto a fraude do INSS é investigada. Para eles, Lula deveria se guiar pela presunção de inocência do chefe da Previdência Social.

"Não tem nada que desabone o ministro. Não tem nenhum indício de envolvimento dele. Portanto, ele está conduzindo o processo e vai estar conduzindo esse processo administrativo das mudanças que têm que ser feitas. E as apurações vão continuar. Quem tiver envolvido nesse processo será punido no rigor da lei", disse ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, em São Paulo.

No entanto, Lula tem sofrido pressão de diferentes lados. Um dos principais pesos para a estada do ministro na Esplanada dos Ministérios é o apoio do PDT ao Palácio do Planalto dentro do Congresso Nacional.

O PDT dispõe de três senadores e 17 deputados federais, em um momento em que o governo Lula enfrenta dificuldades para obter apoio em matérias de interesse e, assim, ampliar a aprovação da gestão petista.

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