A conversa de Lula e Moraes após a ameaça do governo Trump ao ministro
Antonio Augusto/STF
O presidente Lula conversou com o ministro do STF Alexandre de Moraes no final da semana passada sobre a ameaça do governo Donald Trump de aplicar sanções contra o magistrado.
A conversa, segundo ministros do governo, se deu por telefone e ocorreu após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, dizer publicamente haver "grande possibilidade" de sanções contra Moraes.
No telefonema, Lula reforçou a Moraes mensagem que já havia sido passada ao magistrado por outros integrantes do governo: a de que o presidente orientou o Itamaraty a reagir com "firmeza".
Lula coordena ação para ajudar Moraes
Lula, como a coluna noticiou mais cedo, tem coordenado de perto a articulação do Itamaraty junto ao governo Trump para evitar sanções dos Estados Unidos a Moraes.
Segundo fontes do Palácio do Planalto e do Itamaraty, Lula tem sido informado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, de todas as conversas com a gestão Trump sobre o assunto.
O trabalho, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores, é liderado por Lula e pelo chanceler Mauro Vieira diretamente de Brasília, mas tem sido executado de forma "coletiva".
Nos Estados Unidos, quem está à frente das conversas é a atual embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, como informou o Metrópoles, na coluna Paulo Cappelli.
A diplomata iniciou as conversas ainda na semana passada, após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, dizer publicamente haver "grande possibilidade" de sanções contra Moraes.
Nas conversas, a embaixadora tem destacado a relação histórica de cooperação entre Brasil e Estados Unidos e ressaltado que eventuais sanções a Moraes serão vistas como "ataque à soberania brasileira".
A ordem no Itamaraty, contudo, é evitar reagir "pela mídia". Por isso, a orientação é não expor detalhes das conversas que têm sido feitas por diplomatas brasileiros com o governo Trump.
O governo, segundo fontes do Planalto, tem mantido Moraes informado sobre as articulações. A comunicação tem sido feita por meio do Itamaraty e de ministros do governo que têm boa interlocução com o magistrado.
metropoles