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IBGE: mais de 34 mil pessoas até 14 anos viviam união conjugal até 2022

Levantamento do Censo Demográfico revela disparidade de gênero e predomínio da união consensual entre jovens brasileiros nesta faixa etária


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IBGE: mais de 34 mil pessoas até 14 anos viviam união conjugal até 2022

Divulgação: Ministério dos Direitos Humanos

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O Censo Demográfico 2022 do IBGE registrou 34.202 pessoas com idades entre 10 e 14 anos vivendo em união conjugal até o ano de 2022. O levantamento detalha um cenário preocupante, com a maioria dessas uniões sendo consensuais e uma expressiva desproporção de gênero, onde as meninas representam a vasta maioria dos casos.

A análise por sexo revela que, do total, 7.804 eram homens e 26.399 eram mulheres, destacando a significativa vulnerabilidade feminina dentro dessa faixa etária.

A união consensual se sobressai como a forma predominante de união conjugal precoce, abrangendo 5.330 meninos e 24.289 meninas. Casamentos civis e religiosos, ou somente civis, também foram identificados pelo Censo Demográfico, mas em escala consideravelmente menor.

Cenário das uniões precoces

Entre as diferentes religiões, a Católica Apostólica Romana concentra o maior número de uniões conjugais nessa faixa etária, com 4.337 homens e 13.319 mulheres. Em seguida, os evangélicos somam 2.073 homens e 7.204 mulheres.

Pessoas que se declararam sem religião também apresentaram números significativos, com 789 homens e 4.581 mulheres em uniões consensuais, civis ou religiosas.

De acordo com a Lei nº 13.811, sancionada em março de 2019, o casamento civil de indivíduos com menos de 16 anos é proibido pela legislação brasileira em qualquer circunstância.

"Juntados" ultrapassam casados no civil e religioso, aponta IBGE

Os casais que se "juntaram", configurando união consensual, consolidaram a forma de união conjugal mais comum entre a população brasileira. Os dados indicam que 38,9% das pessoas de 10 anos ou mais que viviam em união optaram por essa modalidade, superando o percentual de casamentos no civil e religioso com 37,9%.

A predominância da união consensual reflete mudanças comportamentais na sociedade brasileira, nas quais a formalização civil e religiosa vem perdendo espaço. De 2000 a 2022, a proporção de uniões consensuais saltou de 28,6% para 38,9%.

No mesmo período, o casamento no civil e religioso apresentou forte queda, passando de 49,4% para 37,9%. Houve também crescimento no casamento somente no civil de 17,5% para 20,5% e declínio no casamento apenas no religioso de 4,4% para 2,6%.

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