Saiba quem é único foragido de operação da PF contra fraudes do INSS
Reprodução/Agênica Senado
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nessa quinta-feira (13/11), nove dos dez mandados de prisão preventiva contra investigados na Operação Sem Desconto, que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O único investigado que ainda não foi localizado é Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
A Farra do INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela PF e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela corporação na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril e que culminou nas demissões do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
Carlos Roberto é presidente da Conafer desde 2011 e é apontado como líder e mentor intelectual do esquema criminoso.
Veja a lista de quem já foi preso pela PF
Alessandro Stefanutto - ex-presidente do INSS.
Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como "Careca do INSS" (que já está preso na Papuda, em Brasília).
Vinícius Ramos da Cruz - presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT).
Tiago Abraão Ferreira Lopes - diretor da Conafer e irmão do presidente da entidade, Carlos Lopes.
Cícero Marcelino de Souza Santos - empresário ligado à Conafer.
Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior - também integrante da Conafer.
André Paulo Felix Fidelis - ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira - ex-procurador-geral do INSS.
Thaísa Hoffmann - esposa de Virgílio.
Além dos mandados de prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi determinado pela Suprema Corte o uso de tornozeleira eletrônica paea outros sete investigados, entre eles José Carlos de Oliveira, ex-presidente do INSS e ex-ministro do Trabalho e Previdência.
Farra do INSS
Carlos Roberto depôs na CPMI do INSS dia 29 de setembro. No dia seguinte, foi preso em flagrante pelo crime de falso testemunho, porém, foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 5 mil.
O grupo utilizava entidades, associações e organizações parceiras do INSS para inserir, no sistema oficial, cobranças não autorizadas, que eram automaticamente descontadas no pagamento de beneficiários. A fraude atingiu milhões de vítimas.
Segundo a PF, a Conafer recebeu mais de R$ 708 milhões do INSS, dos quais R$ 640,9 milhões teriam sido desviados para empresas de fachada e contas de operadores financeiros ligados ao grupo.
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