Divulgação/NOAA
A La Niña atingiu nos últimos dias sua maior intensidade desde que retornou em 9 de outubro e já começa a influenciar o clima no Brasil, especialmente na redução das chuvas no Sul do país, segundo a MetSul.
Atualmente, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste (região Niño 3.4) está 0,8°C abaixo do normal, indicando uma La Niña de fraca intensidade. Esse padrão já se mantém há seis semanas e é a maior anomalia negativa registrada desde que a La Niña foi declarada há 45 dias. Mais a leste, perto do Peru e do Equador (região Niño 1+2), a temperatura do mar está 0,5°C abaixo do normal.
Ou seja, isso significa que o oceano está mais frio que o habitual nessas regiões do Pacífico, o que costuma influenciar o clima no Brasil. Para o Rio Grande do Sul, por exemplo, esse resfriamento tende a reduzir a chuva nesta época do ano, o que pode afetar a agricultura local.
O fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico equatorial central e oriental, tem efeitos importantes no clima global. Diferente do El Niño, que aquece essas regiões, a La Niña influencia os padrões de vento, chuva e temperatura em várias partes do mundo. No Brasil, os impactos variam conforme a região.
Impactos no Brasil
No Sul do país, a presença da La Niña costuma reduzir a quantidade de chuva, elevando o risco de estiagem, enquanto no Norte e Nordeste há tendência de aumento das precipitações.
Mesmo assim, períodos de chuva intensa e eventos extremos, como enchentes e inundações, ainda podem ocorrer, mostrando que o fenômeno não elimina totalmente os riscos climáticos. A última La Niña prolongada, entre 2020 e 2023, trouxe seca ao Sul do Brasil e crises hídricas em países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Paraguai.
Além da chuva, a La Niña também afeta as temperaturas. No Sul, ela favorece o ingresso de massas de ar frio, que podem chegar no primeiro ano do evento ou no outono do segundo ano. Por outro lado, a estiagem aumenta a probabilidade de ondas de calor e temperaturas muito altas no verão.
Em escala global, o fenômeno tende a reduzir temporariamente o ritmo de aquecimento da Terra.
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