Vídeo: Homem que arrastou mulher foi preso 10 minutos após chegar em hotel

Um vídeo obtido pela CNN Brasil mostra a movimentação de Douglas Alves da Silva, preso por atropelar e arrastar uma mulher por um quilômetro na capital paulista, no hotel em que foi preso no último domingo (30).

O relógio das câmeras de segurança marcavam 19h13 quando Douglas, vestido com uma camiseta amarela e uma mochila nas costas, sai do quarto do hotel, entrega um objeto na recepção e desce as escadas.

Pouco mais de uma hora depois, por volta das 20h30, o rapaz volta ao estabelecimento, já com outra roupa. Ele sobe novamente as escadas, entra pelo portão e vai em direção ao quarto em que estava hospedado.

Cerca de dez minutos depois, novas imagens mostram a chegada da Polícia Civil entrando no local e, logo em seguida, prendendo Douglas.

No vídeo, é possível ver que os agentes entram no local e após alguns instantes saem com o homem já algemado.

Douglas aparece com as mãos para frente e com boca e braço ensanguentados.

Segundo o boletim de ocorrência, o homem teria reagido a abordagem e tentado pegar a arma de um dos agentes. Um disparo no braço de Douglas teria sido efetuado por conta da reação. Toda a ação dura cerca de cinco minutos.

"Chegou todo arrebentado"

Durante a audiência de custódia realizada na segunda-feira (1º), a defesa de Douglas afirmou que o suspeito chegou "todo arrebentado", com ferimentos abertos e sem ter recebido atendimento médico após a prisão.

A CNN Brasil teve acesso ao vídeo da sessão. Logo no início, o juiz questiona Douglas sobre a abordagem policial. Ao ser perguntado se havia sido agredido pelos agentes, Douglas respondeu: "Sim, senhor." Ele também negou ter tentado fugir: "Não, senhor", e disse que não recorre a medicamentos ou tratamento.

O advogado intervém em seguida e afirma que o cliente estava visivelmente ferido. "Ele tá todo arrebentado, ele apanhou demais, entendeu? Entendo que ele tá correndo um risco no sistema", disse.

A defesa também relatou dificuldade para localizar Douglas após a prisão. Segundo o advogado, ele tentou falar com o cliente entre as 15h e as 19h do dia anterior, mas "ninguém permitia" e nenhuma delegacia informava onde ele estava detido.

Ele afirma que ficou na porta do 8º DP até as 3h da manhã, após o delegado informar que Douglas seria levado para o local.

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"Onde ele ficou todo esse período? O que aconteceu com esse menino? Eu não sei. Mas não se justifica", disse o advogado, afirmando que Douglas não havia sido medicado. "Ele tá sangrando, ele tá sujo. Ele não foi sequer medicado."

Douglas teve a prisão temporária cumprida e deve responder por tentativa de feminicídio, resistência e lesão corporal. Segundo o TJSP, a audiência foi destinada apenas para verificar a legalidade da prisão, que foi mantida

Conhecia ou não?

Em um vídeo gravado após a sua prisão, Douglas afirmou à Polícia Civil que não conhecia a vítima. Ele conta que não tinha a intenção de atropelar Tainara Souza, mas sim o rapaz que a acompanhava.

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No relato, Douglas afirma que tudo teve início após uma confusão entre eles dentro do local em que estavam. Ele diz que, quando saíram, o acompanhante da vítima fez ameaças a ele e afirmou que o mataria.

"Eu fui para atropelar ele, não ela", diz o preso. Ele afirma, ainda, que não a conhecia e que não tinha a intenção de atropelar e arrastar a vítima.

"Conhecia sim": amigo contraria versão de homem que arrastou mulher em SP

O preso nega ser ex-ficante de Tainara e afirma que a história "é mentira da internet".

Porém, Kauan Silva Bezerra, amigo do suspeito, contrariou a versão do rapaz em depoimento à Polícia, no último sábado (29).

A testemunha, identificada como Kauan Silva Bezerra, de 19 anos, relata que acompanhava Douglas desde o início da noite e confirmou que o amigo conversava com a vítima, Tainara Souza Santos, no bar, instantes antes do crime. Ele diz que é amigo do rapaz há cerca de quatro anos.

Kauan declarou que o homem tinha um relacionamento amoroso com a vítima e que ela havia terminado a relação há pouco tempo.

De acordo com o depoimento do amigo, Tainara estaria conversando com outro rapaz na festa e que isso teria deixado o suspeito "enfurecido".

Ele confirmou à polícia que Douglas era o condutor, desmentindo a versão apresentada pelo amigo.

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