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Voluntariado: o vício bom que pode transformar 2026

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Há quem diga que, para mudar de vida, basta mudar de atitude. Mas talvez a chave esteja em algo ainda mais simples — e mais humano: doar tempo. Em 2026, quando falamos tanto sobre saúde mental, bem-estar e propósito, o voluntariado ressurge não apenas como um gesto de solidariedade, mas como uma poderosa ferramenta de transformação pessoal. E, se praticado com constância, pode se tornar um vício bom, daqueles que mudam o ano — e a vida — de quem se arrisca a experimentar.

O voluntariado sempre foi associado à generosidade, mas a ciência vem mostrando que ele também é um investimento direto na saúde de quem o pratica. Pesquisas internacionais apontam que dedicar algumas horas semanais a causas sociais reduz níveis de estresse, melhora a autoestima, fortalece vínculos sociais e até contribui para a longevidade. Em um mundo acelerado, onde a solidão se tornou quase epidêmica, o simples ato de ajudar alguém cria uma espécie de antídoto emocional: ao cuidar do outro, cuidamos de nós mesmos.

E há algo quase mágico nesse processo. Quem começa a fazer trabalho voluntário costuma relatar a mesma sensação: "Por que não fiz isso antes?". É como se o cérebro, acostumado a recompensas rápidas e superficiais, descobrisse uma fonte nova — e mais profunda — de satisfação. Ajudar ativa áreas ligadas ao prazer, à empatia e ao senso de pertencimento. É um bem-estar que não depende de telas, compras ou conquistas externas. Depende apenas de presença.

Em 2026, talvez seja esse o hábito que mais vale a pena cultivar. Não se trata de grandes gestos heroicos. Às vezes, o voluntariado cabe em uma tarde por mês, em uma conversa com idosos, em aulas de reforço para crianças, em mutirões ambientais, em ações de arrecadação ou simplesmente em ouvir alguém que precisa ser ouvido. O impacto pode parecer pequeno, mas o efeito acumulado — tanto para quem recebe quanto para quem doa — é imenso.

E por que chamá-lo de vício bom? Porque, ao contrário dos vícios que drenam energia, o voluntariado devolve. Ele reorganiza prioridades, amplia horizontes e nos lembra que fazemos parte de algo maior. Em um ano que promete desafios econômicos, sociais e emocionais, criar esse hábito pode ser a diferença entre sobreviver e florescer.

Se há uma resolução de ano novo que realmente vale a pena manter, talvez seja esta: reservar um pedaço da agenda para o outro. Não como obrigação, mas como escolha consciente de saúde, humanidade e equilíbrio. Quem se arrisca a praticar descobre rapidamente que o voluntariado não é apenas um ato de bondade — é um caminho de autodescoberta.

E, quem sabe, o início de um 2026 mais leve, mais conectado e muito mais saudável.

Roberto Ravagnani

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