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A recente assinatura do Decreto nº 29.434 pelo governador Marcos Rocha, estabelecendo medidas de precaução contra os efeitos nocivos da fumaça em Rondônia, é um passo necessário, no enfrentamento de uma crise ambiental e de saúde pública que assola o estado. Mas assim como o Decreto que proíbe as queimadas, este também é tardio.
O decreto, baseado em um alarmante relatório da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), revela uma realidade preocupante e já sabida de todos: o ar em várias regiões de Rondônia foi classificado como "péssimo", "ruim" ou "muito ruim". Esta situação crítica é resultado de altos níveis de monóxido de carbono e material particulado fino, consequências diretas das intensas queimadas que afetam a região.
As recomendações do decreto, como manter residências fechadas e evitar atividades ao ar livre, são pertinentes e essenciais para a proteção da saúde pública. A autorização para que a Secretaria de Estado da Educação suspenda atividades externas nas escolas também é uma medida sensata, visando proteger os mais vulneráveis.
No entanto, é impossível ignorar o questionamento: por que essas medidas demoraram tanto para serem implementadas? Porto Velho, a capital do estado, já enfrenta uma situação crítica há mais de um mês, com a cidade permanentemente encoberta por uma densa camada de fumaça. Este atraso na resposta oficial levanta sérias preocupações sobre a agilidade e eficácia das autoridades em lidar com emergências ambientais.
Além disso, embora o decreto seja um passo na direção certa, ele se concentra principalmente em medidas paliativas. É crucial que sejam adotadas ações mais robustas e de longo prazo para combater as causas raízes deste problema: as queimadas descontroladas e o desmatamento ilegal.
O Governo deve intensificar os esforços de fiscalização e punição dos responsáveis por estas práticas ilegais, bem como investir em programas de educação ambiental e incentivos para práticas agrícolas sustentáveis. Só assim poderemos evitar que esta situação crítica se repita ano após ano, comprometendo a saúde e o bem-estar da população rondoniense.
A crise atual serve como um alerta urgente: precisamos de uma mudança fundamental em nossa relação com o meio ambiente. As consequências da degradação ambiental não são abstratas ou distantes; elas afetam diretamente nossa qualidade de vida e saúde. É hora de agir com mais rapidez, eficácia e comprometimento para proteger nosso ar, nossas florestas e, acima de tudo, nossa população.