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1.1- Automedicação
Antigamente o supermercado vendia remédios. Não vingou. Farmácia não vende feijão. Automedicação é um jeitinho do povo para fugir da fila do SUS: remédio sem receita nem é aconselhável e nem legal. Os conselhos profissionais detêm a área de atuação, mas é impossível que o CREA fiscalize todas as obras ou que o CRM fiscalize todas as clínicas. O CRF (Farmácia) liberou a venda e prescrição de receitas por farmacêuticos e o CRM (Medicina) reagiu. O Brasil é um país relativo. A automedicação existe, mas como não é legalizada dá-se um jeitinho. Não vejo chance de sucesso na decisão do CRF. As farmácias, creio, irão atender como sempre fez e faz o mestre de obras e aí lembrei que na área do direito as coisas são diferentes. Só valem a constituição, as leis ordinárias e as regras universalmente escritas e aceitas para se fazer a justiça, mas é que...
1.2- Autodefesa
Dura lex, sed lex. Como todos são iguais perante a lei, não há o "jeitinho". Ocorre que de repente houve uma guinada dentro das altas cortes do poder judiciário e ministros passaram a reinterpretar leis, rever jurisprudências e até a constituição deixando dúvidas e insegurança. Exemplo: alguém duvida qual será a sentença do Bolsonaro? E sendo certa a sentença pelo histórico das outras aplicadas aos envolvidos no 8/1, para que contratar uma defesa cara? A escalada de previsões confirmadas neste "novo estado democrático de direito", me leva a ver com pesar no futuro a substituição do advogado pelo rábula, com riscos para a sociedade. Jamais pensei ver o jeitinho brasileiro na justiça como regra e hoje, paranoico, sopeso cada palavra em minhas frases como autocensura. É triste a insegurança e descredito que atingimos. Se o Congresso e OAB não reagirem, chegaremos à autodefesa do cidadão sem advogado. Uma espécie de automedicação da lei.
1.3- Fusão ou federação?
No princípio era o verbo. Cada bloco da sociedade expressava o desejo de ter sua representação. Veio a verba, os segmentos reduziram as ideologias e nesse mundo da grana o verbo escafedeu-se. Os partidos políticos não conseguem sequer definir o espectro de direita ou esquerda, pois só vale o Fundo Especial de Financiamento de Campanha que este ano vai morder R$4.961.519.777,00 de forma compulsória dos impostos pagos. Mas se a classe política o criou e o gerencia, por que dividir toda grana com 29 partidos, todos tão iguais? Fusão ou federação é a saída para fortalecer o centrão brazuka. E a maior vem aí: União Brasil e PP irão se casar ou se amigar se for o caso. Para o povão na muda, mas para Ciro e Rueda, donos dos dois partidos, quanta diferença. Para não ficarem dúvidas, desde sempre centrão, sistema ou establishment é que dão as ordens e não importa como você vota. No fim eles estão lá e são eles que mandam.
1.4- Confusão
No Brasil de Cacique e de Pajé nem tudo que parece é. Nosso congresso, o mais caro do mundo, aprovou com atraso de 3 meses a ficção chamada de orçamento geral, que traz a excrescência das emendas parlamentares e bancadas. Parei e pensei: são 39 ministérios que em tese, vão usar a grana em benefício do povo. O orçamento, tem valores carimbados a exemplo do refinanciamento da dívida, saúde, ou educação, impossíveis de alteração. Da sobra, parte fica nas mãos do Congresso superando os gastos de 32 dos 39 ministérios. Há uma superposição: todos irão usar a grana em benefício do povo, seguindo o que hoje dita o STF. É uma confusão contraproducente que torna o executivo inoperante, caro, refém do Congresso e ambos, para não perder o poder travam o país. Reengenharia? Mas como fazê-la se todas as mãos seguram todos os rabos? Para mudar só com vontade, altruísmo, coragem, educação, comprometimento e muito tempo.
1.5-De quem é a culpa?
O Banco Central comandado pelo economista Campos Neto foi uma pedra nos sapatos de Sêo Lule e do Taxxad. No fim de 2024 o Campos Neto pulou fora dos sapatos dando um refresco para os dois. Tudo corria bem pois entraria em lugar do Campos Neto o Galípolo, escolha alinhada com o PT e com ambos. Seria o fim da tortura a cada sessão sobre a taxa SELIC, nada de amaldiçoar juros altos e o Brasil iria crescer mais que o mundo. A esperança é a última que morre, mas mesmo sendo a última, morre. Mesmo com a saída de Campos Neto os juros escalaram e o que fazem PT, Sêo Lule e Taxxad? Colocam a culpa no anterior. Canhoteiros são craques e competentes nas mentiras. Mentem como respiram.
1.6- Penúltimo pingo
Que coisa... No jantar do Barroso jantaram Hugo Motta, o novinho. Que coisa...
Léo Ladeia