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O desenvolvimento da farinha de pupunha pelo Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em Ariquemes, representa um avanço promissor para Rondônia. A pupunha, fruto amazônico de alto valor nutricional, ganha uma nova aplicação que pode beneficiar os produtores locais e a população em geral.
Com 164 propriedades envolvidas na produção de pupunha, Rondônia apresenta um potencial agroindustrial ainda pouco explorado. O projeto da Unir surge como uma iniciativa estratégica para agregar valor ao fruto, permitindo que se utilize a pupunha de forma integral e prolongada, mesmo fora da safra. Isso não apenas reduz o desperdício, como também cria novas oportunidades econômicas para os produtores rurais.
A transformação da pupunha em farinha é um processo científico, que reflete a busca por inovação e sustentabilidade. Testes rigorosos determinaram as condições ideais para a secagem do fruto, garantindo um produto final de qualidade. Essa farinha, por sua vez, pode ser usada em diversas receitas, ampliando seu potencial de mercado. Mais do que uma novidade gastronômica, ela também promete ser uma alternativa acessível para a alimentação escolar, com foco na merenda pública.
Em um estado onde a agricultura é um dos principais pilares econômicos, iniciativas como essa têm o poder de transformar realidades. A inclusão de produtores rurais nos encontros para ensiná-los as técnicas de beneficiamento da pupunha, destaca o papel fundamental do conhecimento técnico na consolidação do projeto. Além disso, ao capacitar escolas públicas, o programa garante que a inovação chegue diretamente à mesa das crianças, promovendo uma alimentação rica e saudável.
No entanto, é preciso ponderar os desafios que vêm com a implementação desse modelo. Para que a farinha de pupunha se consolide como uma solução sustentável, será necessário apoio contínuo por parte de instituições públicas e privadas. Financiamento, infraestrutura para produção e logística são elementos indispensáveis para que os benefícios do projeto cheguem a toda a população do estado.
Além disso, a integração entre universidade, produtores e escolas públicas precisa ser fortalecida. Treinamentos e capacitações são um excelente ponto de partida, mas é necessário garantir que o acesso à tecnologia e ao mercado seja democratizado. Esse tipo de iniciativa não deve ser restrito a grandes produtores; é fundamental que pequenos agricultores também tenham oportunidade de participar e prosperar.
Rondônia tem a chance de se tornar referência nacional em aproveitamento de recursos amazônicos de maneira sustentável e inovadora. A farinha de pupunha é um exemplo claro de que ciência e agricultura podem andar juntas, gerando impactos positivos para o Estado. Com planejamento e investimento adequados, o projeto pode transformar desafios em oportunidades reais, trazendo benefícios para todos os envolvidos.
Diário da Amazônia