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Com crédito recorde, Plano Safra desafia o campo a inovar mais

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Foto: Reprodução

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O lançamento do Plano Safra 2025/2026, ontem (25), em Rondônia, representa um passo importante para o desenvolvimento do agronegócio no estado, mas sua eficácia dependerá da execução e do alcance real de suas propostas. Com a promessa de R$ 89 bilhões em crédito para a agricultura familiar em todo o país, a iniciativa busca equilibrar o aumento da produtividade com a sustentabilidade, um desafio constante em uma região de fronteira agrícola e de grande relevância ambiental.

A oferta de crédito com juros reduzidos, que chegam a 2% ao ano para a produção orgânica e agroecológica via Pronaf, é, sem dúvida, um atrativo a mais. Em um estado onde a agricultura familiar é a base da produção de alimentos e da ocupação do território, facilitar o acesso a recursos para custeio e investimento é fundamental. O plano anterior, de 2023/2024, já havia injetado mais de R$ 3,1 bilhões na economia rondoniense, financiando desde a cafeicultura até a pecuária leiteira, o que demonstra o potencial de impacto desses recursos.

O diferencial desta nova edição, no entanto, reside no seu foco estratégico. Não se trata apenas de liberar dinheiro, mas de direcioná-lo para a modernização e a sustentabilidade. O incentivo à irrigação sustentável, à mecanização e à digitalização no campo são medidas que podem transformar a realidade de muitos produtores, aumentando a eficiência e reduzindo o desperdício. Da mesma forma, as linhas de crédito "verdes", voltadas para tecnologias que diminuem o impacto ambiental, alinham o agronegócio do Estado às crescentes exigências dos mercados consumidores globais, que valorizam produtos com certificação de origem e responsabilidade socioambiental.

Contudo, o sucesso do plano não está garantido apenas pela disponibilidade de recursos. O grande desafio é fazer com que o crédito chegue efetivamente à ponta, ao pequeno produtor que muitas vezes enfrenta barreiras burocráticas e dificuldades de acesso às instituições financeiras credenciadas e as cooperativas de crédito. É preciso garantir que a assistência técnica seja fortalecida para auxiliar na elaboração de projetos consistentes e viáveis, especialmente aqueles voltados para a agroecologia e a inovação.

Para Rondônia, o Plano Safra é uma oportunidade estratégica. O estado, que se destaca na produção de café, soja e na pecuária, pode consolidar um modelo de desenvolvimento que concilie produção e preservação. A iniciativa de fomentar a produção de alimentos saudáveis e fortalecer a pesca artesanal e a aquicultura de pequeno porte também contribui para a diversificação da economia local e para a segurança alimentar da população.

Como visto, o Plano Safra é mais do que um pacote financeiro; é um convite à transformação. Se bem implementado, com transparência e foco no agricultor, tem o potencial de fortalecer as cadeias produtivas, promover a inclusão social no campo e posicionar Rondônia como um exemplo de que é possível crescer com responsabilidade e visão de futuro. O momento é de otimismo, mas também de vigilância para que as promessas se convertam em prosperidade real e sustentável para todos.

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