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Exportação em risco: tarifa dos EUA pune produtor e encarece alimento

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Foto: Reprodução

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Crueldade tarifária

A queda na exportação de carne bovina era o primeiro terrível sinal da maluca articulação que resultou na ameaça do presidente estadunidense, Donald Trump, de taxar as vendas do Brasil a seu país em 50%, uma declaração de guerra comercial baseada em mentiras e distorções.

Diplomatas, empresários e parlamentares patriotas acompanhados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin estão empenhados em negociações para que o desastre não piore, sacrificando produtores que se esmeraram em apresentar seu melhor produto. Infernizar os consumidores, que precisarão gastar mais para prover a alimentação de suas famílias, é crueldade.

O temor de que tempos sombrios viriam com as brigas políticas fazia sentido, pois além das desgraças que o governo americano causa pelo mundo afora, só conseguindo com tarifas injustificáveis apressar a queda de seu império, existe a realidade do aquecimento global, que expõe sua face cruel na assustadora realidade de que as produções de trigo, milho e soja vão diminuir em quase um terço se o aquecimento ultrapassar 2°C.

Em sua canção imortal, Gonzaguinha dizia que sem o seu trabalho o homem não tem honra e não dá para ser feliz. Tendo em conta que o trabalho para produzir alimentos é o mais honroso que existe, é preciso vencer as crueldades que ameaçam a todos com o sofrimento de dificultar a produção e encarecer os alimentos.

Uma ameaça

O anuncio de uma possível candidatura ao governo estadual do deputado federal Fernando Máximo é uma das ameaças contra a postulação do vice-governador Sergio Gonçalves, do mesmo partido. A coisa que rola no União Brasil, que abriga estas duas lideranças, ficou um tanto quanto nublada, já que somente um deles terá a sigla para a peleja. Como no PL, a candidatura ao Palácio Rio Madeira já está reservada ao senador Marcos Rogério, por decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, chega-se à conclusão que uma banda do União Brasil conspira contra o vice-governador Sergio Gonçalves. Que trem complicado, diriam os mineiros.

Sucessão embaralhada

A sucessão estadual em Rondônia está mesmo embaralhada. Além deste cenário de conspirações e indefinições no União Brasil, temos a declaração do senador Marcos Rogério, que se o ex-governador Ivo Cassol conseguir se livrar na justiça eleitoral, ele vai retirar sua candidatura em favor do rolimorense e se voltaria a disputa a reeleição ao Senado. Além disto, existe "jumentice" enorme nas articulações políticas, como o lançamento de três candidaturas ao Palácio Rio Madeira, por Porto Velho, que são Hildon Chaves, Sergio Gonçalves e Fernando Máximo, rachando o eleitorado da capital e beneficiando claramente seus adversários o interior. É coisa de louco!

Festa do interior!

Numa hipótese de se confirmar as três candidaturas ao CPA por Porto Velho, minhas primeiras sondagens sinalizam uma vitória na capital do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), ficando em segundo lugar o deputado federal Fernando Máximo e em terceiro o vice-governador Sergio Gonçalves, mesmo com a máquina do governo nas mãos. Só que todos candidatos da capital se anulando, neste racha de votos insano, com Hildão - que é o nome mais expressivo deles- perdendo força para a disputa no interior do estado, onde estão radicados dois terços do eleitorado rondoniense. Por conseguinte, teremos festa na roça!

Caçando candidatos

Uma das grandes preocupações dos diretórios estaduais dos partidos em Rondônia é montar as nominatas dos seus candidatos a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados no ano que vem. Não é coisa fácil. O presidente estadual do Avante Jair Montes já está convocando contingentes pelas mídias sociais para ingressar na sua legenda - que ele pinta como atrativa - para a disputa. A preocupação é tanta que logo os dirigentes de outros partidos se verão obrigados a percorrer os bairros com carros de som convocando candidatos, como fazem as empreiteiras de Santa Catarina para cooptar operários em Rondônia.

Sem "Pelés"

Os postulantes a cargos eletivos estão fazendo as suas contas e evitando partidos que abrigam postulações mais robustas. Garimpa-se siglas sem "pelés", ou seja, sem nomes de grande apelo ao eleitorado ou com muitos recursos financeiros. O União Progressista, fruto da junção do União Brasil com o Partido Progressista, por isto deve ser evitado. Partidos com candidatos muito fortes estão com dificuldades para formar suas nominatas, já que ninguém quer servir de escada para os chamados "medalhões". Em tempo: o Avante procura "patos", já que é uma legenda forte e por isto projeta a eleição de pelo menos três estaduais.

Não assustou

Com poucas consequências para Rondônia, o tarifaço do presidente dos Estados Unidos Donald Tramp aplicado ao Brasil por pressão da família Bolsonaro acabou não assustando. Pelo que o deputado federal Eduardo Bolsonaro vociferava existia a possibilidade até da armada americana entrar em cena. Ao final os principais negócios de exportação foram poupados e com certeza mais adiante o café, a manga e a madeira também poderão ser negociados com tarifas mais aprazíveis. Graves prejuízos mesmo foi para os bolsonaros que tinham nesta articulação atingindo a economia brasileira, livrar o mito Jair Messias da inelegibilidade através de uma anistia.

Via Direta

*** O caro aldeão rondoniense precisa ficar bem atento com relação aos candidatos a cargos eletivos em 2026 no estado. Existe uma profusão de postulantes ligados ao crime organizado em todo o País e aqui não será diferente *** Está mais fácil ganhar dinheiro com licitações nas prefeituras e governos estaduais em contratos vultuosos com propinas e rachadinhas do que no ramo de tráfico de drogas. E as penas são menos rigorosas *** Finalmente caiu do cavalo o deputado federal Eurípedes Lebrão, aquele das propinas documentadas com gravações de vídeo, mas que se garantiu no poder meses e meses depois de cassado. Assume o suplente Rafael Fera, adversário do clã Redano em Ariquemes.

Carlos Sperança

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