Imagem ilustrativa
Os dados disponíveis sobre acidentes elétricos em Rondônia mostram que o estado convive com uma realidade que exige atenção contínua. A expansão do número de ocorrências indica que uma parcela relevante das instalações residenciais e dos sistemas elétricos de apoio não acompanha o ritmo de uso cada vez maior de aparelhos e equipamentos. Essa combinação aumenta a possibilidade de falhas em pontos onde a segurança depende de atualização técnica.
A observação dos relatórios técnicos aponta que as ocorrências se distribuem entre ambientes domésticos, locais de trabalho e áreas externas. Em residências, o problema recorrente é a presença de circuitos sobrecarregados e equipamentos sem proteção adequada. Em muitos imóveis antigos, a instalação elétrica foi dimensionada para cargas que já não correspondem ao uso atual. O aumento de equipamentos em áreas de serviço e cozinhas pressiona um sistema que, sem revisão, tende a apresentar falhas.
Outro ponto destacado por especialistas é a ausência de dispositivos de segurança capazes de interromper o fornecimento em casos de fuga de corrente. Esses sistemas são previstos em normas nacionais há décadas, mas ainda não se encontram instalados em grande parte das moradias. Quando ocorrem, os acidentes nessas condições são mais graves, pois o usuário não dispõe de uma barreira técnica capaz de evitar a descarga.
A construção civil também se destaca no conjunto de dados. No setor, muitos acidentes resultam do contato de estruturas metálicas com redes energizadas. A realização de obras próximas a cabos exige planejamento e cumprimento de protocolos, mas nem sempre essas etapas são seguidas de forma integral. O ritmo acelerado de trabalhos e a ausência de avaliação prévia ampliam o risco para equipes que circulam em áreas urbanas e rurais.
A situação atinge ainda espaços comerciais e áreas externas usadas pela população. Falhas em sistemas de iluminação pública, emendas irregulares e cabos deteriorados podem causar choques em vias e calçadas. Esses pontos exigem manutenção contínua, já que o desgaste natural é acentuado por sol, chuva e variações de carga. Sem revisão sistemática, pequenas falhas se transformam em ocorrências graves.
Os dados reforçam uma necessidade evidente: prevenir acidentes elétricos depende de ação coordenada entre moradores, técnicos e órgãos responsáveis pela fiscalização. Uma parcela relevante dos acidentes poderia ser evitada com manutenção mais frequente, atualização de instalações antigas e uso de equipamentos certificados. A ampliação do acesso à informação sobre riscos e procedimentos básicos também contribui para reduzir a exposição da população.
Diário da Amazônia