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Os resultados do Índice de Progresso Social Brasil (IPS Brasil) 2025 colocam Rondônia diante de um diagnóstico preciso sobre a qualidade de vida em seus municípios. Com 56,79 pontos, abaixo da média nacional de 61,96, o estado aparece em posição intermediária e revela um cenário marcado por contrastes ao longo de seu território.
O índice avalia os municípios a brasileiros partir de 57 indicadores sociais e ambientais, organizados em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades. A escala de 0 a 100 permite comparar realidades distintas e mensurar em que medida serviços, infraestrutura e políticas públicas se traduzem em resultados concretos para a população.
Em Rondônia, os dados evidenciam situações opostas. Alguns municípios alcançam pontuações próximas ou acima de 60 pontos, apoiados em avanços em moradia, abastecimento de água, saneamento e serviços de saúde, o que os aproxima do padrão nacional. Em contrapartida, outras cidades permanecem abaixo de 50 pontos, figurando entre os piores desempenhos do país e expostas a maior vulnerabilidade social e ambiental.
Cujubim, por exemplo, apresenta o resultado mais baixo do estado, com 46,37 pontos. O desempenho é influenciado principalmente pela dimensão Qualidade do Meio Ambiente, que reúne indicadores como áreas verdes urbanas, focos de calor, emissões de dióxido de carbono, vulnerabilidade climática e supressão de vegetação. Esses fatores estão associados à ocupação do território, ao uso do solo e ao nível de proteção dos ecossistemas locais.
Outros municípios também se situam em patamar crítico, indicando que o problema não é isolado. Em áreas da Amazônia Legal, a combinação entre pressão sobre florestas, carência de infraestrutura e oferta limitada de serviços públicos tende a gerar resultados inferiores nas dimensões avaliadas pelo índice.
O desempenho intermediário do estado mostra que Rondônia não está entre os piores resultados nacionais, mas também permanece distante das melhores posições. Municípios com notas mais elevadas demonstram que políticas continuadas em saneamento, saúde e habitação produzem impacto mensurável, embora ainda enfrentem desafios relacionados a oportunidades, como acesso à educação superior, inclusão social e direitos individuais.
O IPS Brasil utiliza exclusivamente dados públicos recentes, provenientes de fontes oficiais, e prioriza indicadores de resultado. A metodologia busca avaliar se o aparato institucional existente se converte em melhoria efetiva das condições de vida, e não apenas em investimentos formais ou obras pontuais.
Ao reunir cidades de realidades distintas em uma mesma escala, o IPS Brasil 2025 oferece a Rondônia um retrato detalhado das desigualdades internas e dos desafios estruturais que persistem no estado
Diário da Amazônia