Divulgação
A maior onda de expulsões em Portugal nos últimos anos está provocando temor e revolta entre comunidades estrangeiras que vivem no país, especialmente a brasileira. Cerca de 34 mil pessoas foram notificadas a deixar o território português, sendo aproximadamente 5 mil do Brasil. As medidas foram motivadas por supostas irregularidades migratórias, como vistos vencidos, falta de renovação e cancelamento de autorizações de residência.
A principal associação de apoio à população migrante, a Solidariedade Imigrante, denunciou um "estado de pânico" entre os afetados. De acordo com a entidade, muitos já estão inseridos no mercado de trabalho, têm moradia fixa e vínculos familiares no país, além disso, o governo recusou mais de 100 mil pedidos de regularização em 2024 grande parte por inadimplência no pagamento de taxas obrigatórias , o que agravou ainda mais o clima de insegurança entre os que aguardavam legalização.
Por que Portugal está promovendo as expulsões?
1. Reorganização do sistema migratório
Portugal reformulou recentemente sua política de entrada e permanência, criando a Agência para a Imigração e Mobilidade (AIMA), que substituiu o antigo SEF, a nova estrutura busca acelerar a análise de processos e aplicar critérios mais rigorosos para permanência legal.
2. Pressão por controle de fluxo internacional
Com o aumento expressivo da chegada de estrangeiros, especialmente brasileiros, o país enfrenta pressão política para reforçar o controle de fronteiras e garantir que apenas residentes com documentação em dia permaneçam.
3. Cumprimento mais rígido da legislação
O governo alega estar apenas aplicando a lei, no entanto, entidades civis criticam a forma como as decisões estão sendo executadas: sem aviso prévio, com prazos curtos e sem considerar a realidade social de quem já construiu uma vida em Portugal.
Insegurança e mobilização
A reação das comunidades afetadas inclui protestos e pedidos de revisão da política de expulsões. Organizações sociais alertam para os impactos negativos da medida, que ameaça desestabilizar famílias e comprometer a integração de trabalhadores essenciais à economia portuguesa.
Especialistas apontam que essa migração acontece em várias camadas sociais: desde entre quem busca de empregos de mais baixa renda, como na construção civil, até profissionais especializados, em setores de tecnologia, medicina ou advocacia.
A expectativa do governo é que o número de notificações aumente nas próximas semanas, já que milhares de pedidos de residência continuam pendentes de análise pelas autoridades. A taxa de rejeição, segundo a imprensa portuguesa, está em 18,5%.
Talissia Maressa - Portal SGC