Divulgação
No coração da Amazônia, a BR-319 se consolida como uma rota decisiva na equação entre desenvolvimento e preservação. Ligando Porto Velho (RO) a Manaus (AM), a estrada de 877 quilômetros volta ao centro do debate nacional e internacional sobre o futuro da região amazônica, hoje foco de atenção climática, econômica e diplomática global.
Com cerca de 405 quilômetros ainda intransitáveis no período das chuvas, a rodovia avança lentamente com a recuperação do chamado trecho do meio, que recebeu mais de R$157 milhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Mais do que uma obra de engenharia, a BR-319 é considerada uma necessidade técnica, econômica e social para o Amazonas, um dos estados mais isolados do país.
Desenvolvimento com responsabilidade
A pavimentação da BR-319 é apontada como fundamental para baratear os custos logísticos do Amazonas, ampliar o escoamento de produtos do Polo Industrial de Manaus e conectar o Estado de forma mais competitiva ao restante do Brasil. Além disso, representa a garantia da presença efetiva do Estado em regiões remotas, onde a ausência de infraestrutura impacta diretamente na qualidade de vida das populações locais.
Segundo especialistas, o uso de tecnologias como sistemas de arrimo e drenagem subterrânea, previstos no Manual de Drenagem Rodoviária do Dnit, permite a construção da via de forma segura e ambientalmente responsável, respeitando as especificidades do bioma amazônico e reduzindo impactos como erosões e deslizamentos.
Sustentabilidade como prioridade
O projeto de reestruturação da BR-319 também tem como base um plano sustentável. Monitoramento contínuo, uso de materiais adequados, controle de ocupações ilegais e integração com políticas públicas são apontados como caminhos para que a estrada não represente uma ameaça à floresta, mas sim um instrumento de proteção e desenvolvimento.
A proposta é transformar a BR-319 em um modelo de infraestrutura verde, onde desenvolvimento econômico e preservação ambiental coexistam. A via pode, por exemplo, facilitar ações de fiscalização ambiental, assistência a comunidades tradicionais e logística de saúde e educação.
Presença estratégica do Brasil
A retomada da BR-319 não é apenas uma obra regional, mas uma questão estratégica de soberania e integração nacional. Em um momento em que o mundo observa com atenção as decisões do Brasil em relação à Amazônia, a construção da rodovia precisa ser baseada em inteligência de Estado, planejamento técnico e compromisso com um futuro sustentável.
A BR-319 não é uma ameaça, mas uma oportunidade. É uma resposta às necessidades históricas de um Estado afastado dos grandes centros e um símbolo de que é possível crescer com responsabilidade. Para o Amazonas e para o Brasil, trata-se de uma rota que pode unir progresso, inclusão e proteção da maior floresta tropical do planeta.
Karol Santos - Portal SGC