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O governo do Irã acusou, neste domingo (22), os Estados Unidos e Israel de implodirem as negociações diplomáticas sobre o programa nuclear iraniano. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, após uma série de ataques norte-americanos a centros nucleares do país.
"Estávamos em negociações com os Estados Unidos quando Israel decidiu explodir essa diplomacia. Depois, já dialogando com a União Europeia em Genebra, os próprios EUA decidiram reverter tudo", disse Araghchi em publicação na plataforma X e em entrevista concedida em Istambul. Segundo ele, o Irã nunca abandonou as conversas e não entende como poderia "voltar a algo que nunca deixou ou destruiu".
A reação veio após apelos da União Europeia e do Reino Unido para que o Irã retome o diálogo. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, pediu "um passo atrás" de todas as partes para evitar uma escalada ainda maior do conflito. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também reforçou que a estabilidade no Oriente Médio é prioridade e defendeu o retorno imediato às negociações.
Os apelos ocorrem após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar que as forças armadas americanas bombardearam, nesta madrugada, três centros nucleares no Irã, incluindo as instalações de Fordow, Natanz e Esfahan. Segundo Trump, os ataques foram coordenados com Israel para conter o avanço do programa nuclear iraniano.
A ofensiva militar teve início na madrugada de 13 de junho, quando Israel lançou um ataque em larga escala contra o Irã, alegando a necessidade de impedir o desenvolvimento de armas nucleares. Em resposta, o Irã tem lançado mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv e Jerusalém, além de instalações militares em várias regiões do país.
A escalada militar eleva a tensão global e coloca em risco os esforços diplomáticos construídos nos últimos anos, principalmente após a retomada das negociações nucleares entre Teerã e potências ocidentais.
Karol Santos - SGP