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Um estudo divulgado nesta terça-feira (24) pela revista científica The Lancet, com repercussão na Agência Brasil, alerta que milhões de vidas estão em risco devido à queda na cobertura vacinal infantil em diversos países, inclusive em nações de alta renda.
Segundo o levantamento, de 2019 a 2021, aproximadamente 16 milhões de crianças não receberam nenhuma vacina, principalmente em países da África Subsaariana e do Sul da Ásia. A cobertura vacinal contra doenças como sarampo, tuberculose e poliomielite regrediu, revertendo décadas de avanços da saúde pública mundial.
A pesquisa analisou dados de 204 países entre 1980 e 2019 e concluiu que o impacto da pandemia de covid-19, a desinformação sobre vacinas e a desigualdade no acesso à saúde são os principais fatores que contribuíram para o declínio das imunizações.
Os autores do estudo alertam que a falta de vacinação em larga escala pode provocar o retorno de doenças consideradas controladas. Casos de sarampo, por exemplo, têm aumentado em diversos países, inclusive nos Estados Unidos e em regiões da Europa.
"Se não houver uma resposta coordenada para recuperar as coberturas vacinais, há o risco de grandes surtos em nível global", afirmou Jonathan Mosser, um dos pesquisadores envolvidos no levantamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta vacinar 90% das crianças com as principais vacinas até 2030. Para isso, o estudo recomenda que os países priorizem ações de combate à desinformação, reforcem os sistemas de atenção primária e ampliem o acesso a campanhas de imunização, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
Portal SGC