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A manhã desta sexta-feira (03/10) marcou a deflagração da operação "Face Oculta", que investiga um esquema de "rachadinha" em um gabinete da Câmara Municipal de Manaus (CMM). A ação resultou na prisão preventiva de um vereador e de sua chefe de gabinete.
Segundo as investigações, o parlamentar obrigava servidores comissionados a devolver parte de seus salários em alguns casos, até metade da remuneração. Para sustentar o esquema, mantinha um número elevado de assessores nomeados, incluindo pessoas que sequer exerciam funções compatíveis com o cargo.
O dinheiro desviado era concentrado e movimentado por um grupo de confiança do vereador, em operações financeiras consideradas suspeitas.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete do vereador e sua residência, além de dois mandados de prisão preventiva. Entre os itens apreendidos estão três cofres, distribuídos entre a residência, o sítio e a casa da mãe do vereador, além de computadores, celulares e notebooks.
A Justiça determinou o afastamento do vereador por 120 dias, a quebra de sigilos bancários e telemáticos e o bloqueio de R$ 2,5 milhões, com o objetivo de garantir ressarcimento aos cofres públicos.
Chefe de gabinete como "braço direito"
A chefe de gabinete, também presa preventivamente, atuava como principal operadora do esquema, mantendo contato direto com os servidores para cobrar a devolução de parte das remunerações.
Cofres com R$ 390 mil em espécie
Os cofres apreendidos foram abertos com apoio do Corpo de Bombeiros. No interior, foram encontrados R$ 390 mil em espécie, dois cheques que somam mais de R$ 500 mil e diversos documentos, incluindo passaportes.
Próximos passos
Segundo informações da investigação, a denúncia deve ser apresentada em breve. O esquema envolvia alta rotatividade de funcionários, e os valores arrecadados eram distribuídos entre membros da equipe do vereador antes de serem revertidos em benefício do parlamentar.
Talissia Maressa - Portal SGC