Em menos de quatro décadas, área destinada à soja cresce nove vezes
A Explosão da Soja no Brasil: Impactos e Desafios Ambientais
Em apenas 38 anos, a área ocupada pela soja no Brasil saltou de 4,4 milhões de hectares em 1985 para impressionantes 40 milhões de hectares em 2023, cobrindo uma extensão equivalente ao Paraguai e representando 14% de toda a agropecuária do país. Esse crescimento acelerado não vem sem seus custos: enquanto a soja se expandiu, a vegetação nativa e as pastagens se reduziram drasticamente. De 1985 a 2023, cerca de 30% dessa expansão da soja envolveu áreas de vegetação nativa e pastagens que, por décadas, sustentaram o ecossistema brasileiro.
A soja avançou, sobretudo, sobre o Cerrado, a Mata Atlântica e a Amazônia, biomas que hoje enfrentam a pressão de uma monocultura crescente. No Cerrado, a soja ocupou 19,3 milhões de hectares; na Mata Atlântica, 10,3 milhões, e na Amazônia, 5,9 milhões. O Pampa, com sua vegetação rara, é um exemplo alarmante: 21% de seu território já foi convertido em soja. De acordo com os pesquisadores do MapBiomas, a soja se destaca pela sua rápida rentabilidade, o que atrai investimentos em um cenário onde as pastagens e as florestas continuam a perder terreno.
Ao lado desse avanço da soja, as pastagens brasileiras também cresceram de forma exponencial, ocupando 164 milhões de hectares (60% da agropecuária do país), com grande parte dessa expansão ocorrendo na Amazônia e no Cerrado. O que antes era uma paisagem de vegetação nativa se transformou em vastas áreas de monocultura e pastagem, colocando em risco o equilíbrio ambiental e a biodiversidade.
O que está em jogo não é apenas o futuro da soja ou da pecuária, mas o equilíbrio de biomas fundamentais para a saúde do planeta. É preciso refletir sobre até que ponto a busca pelo lucro rápido pode comprometer um legado ambiental irreparável. A análise desses dados revela que o Brasil vive um dilema entre o progresso econômico e a preservação de seus ecossistemas, exigindo ações urgentes para mitigar os impactos dessa expansão sem controle.
agência brasil