Sistema revela novo planeta potencialmente habitável

Recentes investigações astronômicas revelaram a presença de um novo planeta, designado L 98-59 f, em um sistema já conhecido que abriga quatro outros planetas. Este conjunto planetário orbita uma estrela anã vermelha, a L 98-59, em uma configuração altamente compacta, onde todos os corpos celestes se encontram mais próximos de sua estrela do que Mercúrio está do Sol.

As primeiras informações sobre os planetas deste sistema foram divulgadas em 2021 por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade do Porto, em Portugal. Na ocasião, eles já haviam levantado a hipótese da existência de planetas adicionais no sistema, o que agora foi confirmado. Olivier Demangeon, principal autor do estudo original, destacou: "Descobrimos indícios que sugerem a presença de um planeta do tipo terrestre localizado na zona habitável deste sistema".

Sobre o sistema

Os planetas identificados até o momento apresentam características rochosas e variáveis. Entre os quatro mundos já conhecidos, suas dimensões e massas são comparáveis às da Terra. Um deles é menor que nosso planeta natal; outro pode ser descrito como um "mundo aquático", possuindo baixa densidade; e dois podem estar submetidos a intensa atividade vulcânica, similar ao que ocorre com Io, uma das luas de Júpiter.

A precisão do estudo foi inovadora. A equipe utilizou dados coletados tanto de telescópios espaciais quanto de observatórios terrestres para determinar com exatidão as dimensões, massas e órbitas dos planetas. As órbitas quase circulares favorecem análises atmosféricas futuras por meio do Telescópio Espacial James Webb.

Para os cientistas, o sistema L 98-59 é considerado um laboratório natural. Ele poderá fornecer percepções valiosas sobre a composição de planetas rochosos, suas formações em torno de estrelas menores e a possibilidade de manutenção de atmosferas ao longo do tempo.

A descoberta gerou entusiasmo na comunidade científica. Charles Cadieux, pesquisador principal do estudo, afirmou: "Encontrar um planeta temperado em um sistema tão compacto torna essa descoberta particularmente empolgante". Ele ressaltou ainda a importância da pesquisa sobre mundos potencialmente habitáveis em torno de estrelas de baixa massa.

Notavelmente, a detecção deste novo planeta foi realizada utilizando dados já existentes e técnicas inovadoras. A equipe não recorreu a novos telescópios para realizar suas análises; ao contrário, eles se apoiaram em um vasto acervo de dados previamente coletados pelo telescópio espacial James Webb.

Combinando uma técnica de análise de velocidade radial desenvolvida pelo grupo em 2022 e um novo indicador de temperatura estelar, os pesquisadores conseguiram eliminar interferências causadas pela atividade estelar e isolar com precisão os sinais dos planetas.

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