Maior do mundo: saiba mais sobre a nova espécie de sucuri da Amazônia
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Uma descoberta feita nas profundezas da Amazônia revelou que a anaconda, a cobra mais pesada e das mais temidas do mundo, tem duas espécies distintas. Cientistas confirmaram a existência da Eunectes akayima, a sucuri-verde-do-norte, uma espécie visualmente idêntica à sua parente do sul, a Eunectes murinus.
A descoberta foi publicada na revista científica Diversity e destaca uma cobra gigante que pode atingir mais de 6 metros de comprimento e pesar impressionantes 200 quilos. A pesquisa contou com a colaboração de cientistas de diversas nacionalidades e analisou amostras de sangue e tecido de sucuris em toda a América do Sul.
Segundo os cientistas, o que surpreendeu foi a profunda diferença genética entre as populações de cobras do norte e do sul do continente. Enquanto a Eunectes murinus habita o sul da Amazônia — no Brasil, Bolívia, Peru e Guiana Francesa —, a nova espécie da sucuri domina as bacias hidrográficas mais ao norte, sendo encontrada na Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Trinidad, Venezuela e também em partes da Amazônia brasileira.
De acordo com a professora Maria Cristina dos Santos Costa, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA), essas serpentes estão no topo dos predadores e exercem um papel crucial no equilíbrio de seus ecossistemas.
"Por serem carnívoras, controlam populações de herbívoros e outros carnívoros. Sem elas, certas espécies poderiam se multiplicar demais e causar desequilíbrios irreversíveis", afirma.
Sucuri-verde-do-norte
A sucuri-verde-do-norte pode ser encontrada na América do Sul, incluindo uma parte do norte da Amazônia brasileira.
A maior cobra já registrada tem 6,3 metros. Há relatos de animais ainda maiores, mas a ciência se baseia em medições confirmadas.
A alimentação dessa cobra é composta por uma variedade de vertebrados. A lista inclui peixes, aves aquáticas, capivaras, jacarés.
A sucuri não é peçonhenta. Ela mata suas presas por constrição, apertando-as para então engoli-las inteiras.
"Elas são caçadoras pacientes, que utilizam a emboscada como principal tática. Vivem em áreas alagadas da América do Sul, preferem água parada ou rios de curso lento, muitas vezes sob densa vegetação aquática. Caçam por emboscada, quase sempre na água, e matam as presas por constrição", detalha Guarino Colli, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o professor, embora ataques a humanos sejam extremamente raros, o porte do animal exige cautela. "É potencialmente perigosa pelo porte, mas ataques são raros. Entretanto, é necessário ter cautela perto d’água em áreas onde a espécie ocorre", alerta Colli.
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