Esporte

Análise: empate expõe buracos no elenco do Vasco, que vai precisar buscar pontos fora de casa

Com oito jogos em 23 dias, equipe não aproveita atuação superior no primeiro tempo, cai de rendimento no segundo e não tem quem possa sair do banco pa


Imagem de Capa

Análise: empate expõe buracos no elenco do Vasco, que vai precisar buscar pontos fora de casa

Reprodução

PUBLICIDADE

Com boa atuação no primeiro tempo e uma visível queda de rendimento no segundo, o Vasco só empatou com o Lanús na noite desta terça-feira, em São Januário, e terá que buscar pontos nos dois jogos que terá fora de casa se quiser terminar em primeiro no seu grupo e escapar do playoff com algum time da Libertadores. O resultado mais uma vez jogou luz sobre os buracos no elenco da equipe, que vem de uma sequência desgastante de partidas e teve desfalques importantes.

Sem a vitória em casa, o Vasco segue atrás dos argentinos na classificação do Grupo G: os dois clubes têm cinco pontos, mas o Lanús leva vantagem no saldo de gols. Além de ter que vencer o único jogo que resta em São Januário, contra o Melgar, o time de Fábio Carille dificilmente avançará em primeiro se não arrancar pontos diante do Puerto Cabello na Venezuela e do próprio Lanús em Buenos Aires.

Na Sul-Americana, a diferença entre classificar em primeiro ou segundo no grupo é muito grande: o segundo colocado ainda enfrenta um time eliminado na Libertadores no playoff antes de chegar nas oitavas de final. Uma vitória siimples nesta terça deixaria o Vasco em situação tranquila e ao menos por agora dispensaria todas essas contas. Como disse Carille na coletiva, o time está indiscutivelmente vivo na competição, mas de calculadora nas mãos.

O elenco curto

Esse foi o oitavo jogo do Vasco em 23 dias. A estreia no Brasileirão contra o Santos foi no último dia 30 de março. De lá para cá, a equipe jogou no meio e aos fins de semana sem intervalo maior que três dias, incluindo duas viagens longas para Peru e Fortaleza nesse período. Mesmo com a decisão de dar descanso para alguns jogadores contra o Corinthians, a sequência de partidas cobra seu preço. Contra o Lanús, o Vasco visivelmente sentiu o cansaço.

O time teve desfalques importantes como Maurício Lemos, que ainda se recupera da fratura na costela, e Tchê Tchê, que está cuidando de um problema familiar. Mas esses foram os menos importantes. O problema foi olhar para o banco de reservas diante da necessidade de mexer do meio para frente e não encontrar ninguém capaz de mudar o rumo da partida.

Nesta terça, o Vasco teve Paulinho, Adson, Zucarello, Alex Teixeira, Jean David e Garré como opções ofensivas para o segundo tempo. Adson foi o primeiro acionado, mas entrou desconectado, contribuiu pouco e ainda cometeu uma falta perigosa para o adversário na frente da área. Olha que ironia: ao promover com justiça Rayan ao time titular, Carille acaba perdendo uma das poucas peças que podem entregar velocidade e fôlego saindo do banco no decorrer da partida.

As ausências de Payet (lesão) e de Loide, que não foi relacionado por alegar dores na coxa, expõem ainda mais a questão do elenco curto. Hostilizado no fim da partida, Carille deve ser cobrado pelo início ruim do Vasco tanto no primeiro quanto no segundo tempo e pelo repertório pequeno de jogadas de bola parada, por exemplo. Mas o treinador não pode ser apontado como o único culpado.

Por outro lado, a equipe chegou a dois jogos seguidos sem sofrer gols, algo que só havia acontecido uma vez até aqui na temporada. Esse foi apenas o primeiro jogo sob o comando de Fábio Carille que o Vasco não venceu em São Januário.

Como foi o jogo

O Vasco demorou a entender o jogo na noite desta terça-feira e caiu na armadilha do Lanús, que cozinhou a partida nos primeiros minutos e ganhou todo o tempo que pôde em bolas paradas e tiros de metas. Foi o time argentino que assustou primeiro com um chutaço de Marcich na trave de Léo Jardim aos cinco minutos, atestando o melhor início da equipe adversária. O time cruz-maltino não conseguia dar sequência aos lances nas pontas e tampouco pelo congestionado meio de campo.

À medida que acelerou as jogadas, o Vasco começou a crescer na partida. Jair encostou mais pela direita e passou a acionar a velocidade de Paulo Henrique, que protagonizou dois grandes lances no primeiro tempo: um aos 26 minutos, em que Coutinho quase conseguiu finalizar; e outro aos 41, tabelando com Rayan e entregando na boa para Nuno Moreira finalizar para fora. O português também entrou na partida pela esquerda e deu amplitude ao ataque vascaíno, que atacou por todos os lados e empurrou o Lanús contra o seu campo defensivo.

Dos 15 minutos em diante, o time argentino pouco fez em São Januário além de se defender e se preocupar com as investidas do Vasco. O time de Carille, por sua vez, terminou a primeira etapa com 57% de posse de bola e nove finalizações, duas delas na direção do gol: uma com Vegetti em cobrança de escanteio e outra com Nuno na entrada da área. Faltou o gol para premiar a superioridade, mas a torcida reconheceu o bom momento e aplaudiu a equipe após o apito do árbitro.

O início do segundo tempo foi um espelho do primeiro: com o Lanús dominando as ações e ditando o ritmo de jogo nos primeiros minutos - dessa vez, só não acertou bola na trave. O Vasco só arrumou sua primeiro finalização aos 10 minutos, com Coutinho.

Aos poucos, o cansaço foi ficando visível. Coutinho saiu aos 22, e Nuno, aos 35. Sem dois dos seus jogadores mais técnicos e criativos, o time virou um deserto de ideias. A exceção foi uma trama bem trabalhada pela esquerda, quando Nuno ainda estava em campo, em que Paulinho finalizou de fora e arrancou tinta da trave do Lanús.

O jogo foi se tornando mais e mais confortável para o Lanús, que só não incomodou o gol de Léo Jardim por o sistema defensivo funcionou bem. Destaques para João Victor, Paulo Henrique e Hugo Moura, que estiveram entre os melhores em campo. Por sua vez, Vegetti foi um dos piores não apenas porque foi pouco acionado, mas por não saber o que fazer com a bola quando recebia fora da área, ainda na fase de construção da jogada. Nessas condições, o capitão e artilheiro da equipe na temporada mais atrapalha do que ajuda.

G1

Mais lidas de Esporte
Últimas notícias de Esporte