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LA: ventos de até 110 km/h e mais incêndios preocupam a população

Toda a região da Califórnia está em alerta vermelho, que se estende pelo o sul do estado, chegando até a divisa com o México


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LA: ventos de até 110 km/h e mais incêndios preocupam a população

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As previsões para as próximas 48 horas são muito preocupantes para os moradores da Grande Los Angeles, na Califórnia (EUA). O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA emitiu um aviso de rajadas de vento que podem atingir 110 km/h. Com isso, toda a região está em alerta vermelho até esta quarta-feira (15/1) devido à possibilidade de mais incêndios.

O alerta de perigo extremo terá vigor das 4h (9h no horário de Brasília) desta terça-feira (14/1) até a noite desta quarta e coloca em risco, principalmente, as regiões que ainda não tiveram os focos completamente contidos, como os de Pacific Palisades (14% contido) e de Pasadena (33%).

Mas o alerta vermelho se estende por todo o sul do estado, chegando até a divisa com o México, e ao norte, até o condado de San Luis Obispo.

Há uma semana, foram rajadas com velocidades de furacão, algumas que chegaram a mais de 120 km/h, que alimentaram e propagaram os incêndios que já mataram, pelo menos, 24 pessoas e destruíram mais de 12 mil estruturas. Esse medo retorna agora nesses próximos dois dias, com rajadas não tão fortes como na semana passada, mas ainda furiosas.

Os ventos fortes trazem vários perigos diante da situação vivida hoje na região, podendo causar comportamento extremo em incêndios em andamento ou transformar qualquer faísca em um inferno furioso, como foi visto na última semana.

Essas condições também não permitem que as aeronaves continuem suas missões de combate ao fogo pelo ar. Com apenas o trabalho por terra, é impossível alcançar um progresso rápido. Em boa parte das regiões montanhosas, cheias de cânions, não há acesso por estradas.

Esses ventos quentes que sopram do interior à costa da Califórnia são chamados de Santa Ana, fenômeno meteorológico frequente que se forma no deserto, mas são mais frequentes durante o verão, não no inverno como agora.

Os ventos de Santa Ana secam rapidamente a vegetação, tornando-a altamente inflamável e tudo já está muito seco. Desde abril do ano passado, essa região não recebe chuva, e a umidade do ar está baixíssima. Uma pequena faísca pode viajar quilômetros impulsionada por essas rajadas e começar outras queimadas.

Investigações

Neste último final de semana, uma equipe de investigadores federais chegou a Los Angeles para estudar as causas dos focos de incêndios que já queimaram 150 km². Eles já mapearam onde pode ter sido o início do incêndio que devastou Pacific Palisades, e isolaram a área. Mas, por enquanto, não há ainda nenhuma causa confirmada.

Em um dos focos menores no Eaton Canyon, segundo o Los Angeles Times, uma torre elétrica está sendo investigada como a possível origem do incêndio na região, já que aparentemente foram avistadas ali as primeiras chamas do foco.

Rede de solidariedade

Uma forte rede de apoio une os moradores. Há centros de doações de alimentos, roupas e, inclusive, de doações em dinheiro em toda a cidade. Muitos moradores se voluntariaram para trabalhar na triagem, na distribuição de doações e para fazer serviços, como o cuidado com os animais.

Em apenas um dos abrigos da Humane Society de Pasadena, há 600 animais, desde cabras, cães e gatos, até coelhos. Muitos foram resgatados perdidos nos incêndios ou com o corpo queimado.

Os voluntários tentam reuni-los com seus donos ou colocá-los para doação. Até Paris Hilton foi voluntária nesses últimos dias no abrigo. Outros famosos também estão trabalhando em outros abrigos ou fazendo doações em dinheiro.

Os principais estúdios de entretenimento fizeram contribuições milionárias. Disney, Comcast, Netflix, Amazon, Sony e Warner Bros. Discovery doaram entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões cada para o socorro imediato e esforços de reconstrução da cidade.

Sem clima para festas

Tudo na cidade, principalmente na área de entretenimento e esportes, ou foi cancelado, adiado ou transferido para outros estados. Não há clima para festa diante de tanta tristeza e devastação.

Nesta segunda, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas transferiu pela segunda vez o anúncio dos indicados ao Oscar, agora para o dia 23. Mas não é possível saber realmente como serão os próximos dias e se isso irá se realizar.

As cerimônias do Grammy e Oscar, por exemplo, acontecem no início de fevereiro e março, respectivamente, mas é difícil prever se a cidade estará pronta para festas em tão pouco tempo.

Por enquanto, há apenas essa sensação de imprevisibilidade, talvez com o passar desse perigo iminente dos ventos dos próximos dois dias, seja possível fazer uma previsão de como ficará a reconstrução e como a "cidade dos anjos" vai tentar se reerguer, e se terá espaço para o brilho dessas cerimônias.

Agora apenas há a ansiedade pela reconstrução, mais de 90 mil pessoas ainda estão fora de casa e muitas morando em abrigos, no carro ou em locais temporários, como hotéis e casas de amigos.

Metrópoles

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