China pede “respeito” dos EUA antes de negociação sobre tarifas
David Gray/Reuters
A China está aberta a negociações comerciais com os Estados Unidos, mas qualquer conversa deve ser baseada no "respeito", bem como em uma maior "consistência e reciprocidade" do governo Trump, disse uma pessoa familiarizada com o pensamento do governo chinês.
Antes que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelasse suas tarifas do "Dia da Libertação" em 2 de abril, a China havia designado uma pessoa para as negociações com os EUA, afirmou a pessoa, acrescentando que Pequim não tinha certeza sobre o contato certo do lado dos EUA.
Trump pode querer ser seu próprio negociador, mas isso não é compatível com a forma como a China trabalha, disse a fonte.
Referindo-se às opiniões agressivas ou até mesmo hostis sobre a China expressas pelos membros do gabinete de Trump, a pessoa disse que o fato de Trump não ter rejeitado tais opiniões sugere que ele as tolera, apesar de suas afirmações públicas sobre respeitar e gostar do líder chinês Xi Jinping.
No início deste mês, a China criticou o vice-presidente dos EUA, JD Vance, por seus comentários sobre "camponeses chineses" em uma entrevista que atraiu a ira generalizada e o ridículo na internet da China.
Defendendo as tarifas de Trump, que desencadearam uma guerra comercial global e alimentaram a ansiedade econômica em todo o mundo, Vance protestou contra "a economia globalista", dizendo que ela se baseava em "incorrer em uma enorme quantidade de dívidas para comprar coisas que outros países fazem para nós".
Ele acrescentou: "Pedimos dinheiro emprestado aos camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam".
A China também quer que suas próprias preocupações sejam abordadas pelos EUA, especialmente em questões como as crescentes restrições tecnológicas de Washington direcionadas à China, bem como a Taiwan, a ilha autônoma reivindicada por Pequim, disse a fonte.
A China não quer mais "provocações" por parte de Washington, acrescentou a pessoa, especialmente devido ao que descreveu como os esforços de Pequim para tratar das preocupações dos EUA, como o fluxo de fentanil.
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