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Irã, Coreia do Norte, Rússia e China terão 1.200 mísseis nucleares até 2035

Possível ameaça nuclear justifica investimentos bilionários dos EUA em escudo antimísseis diante do avanço de potências rivais


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Irã, Coreia do Norte, Rússia e China terão 1.200 mísseis nucleares até 2035

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O mundo caminha para uma nova era de tensão nuclear — e os Estados Unidos se preparam para ela. Um relatório divulgado nesta semana pela DIA (Agência de Inteligência de Defesa dos EUA) estima que, até 2035, Irã, Coreia do Norte, China e Rússia terão juntos mais de 1.200 mísseis intercontinentais com capacidade nuclear prontos para atingir o território norte-americano.

Segundo a projeção, a China lidera o avanço bélico, com estimados 700 mísseis ICBMs (intercontinental ballistic missiles) operacionais dentro de dez anos. A Rússia aparece em seguida, com 400 unidades — e os números mais surpreendentes vêm de Irã e Coreia do Norte, que podem alcançar, respectivamente, 60 e 50 mísseis do tipo, algo até pouco tempo considerado improvável.

O levantamento sustenta os argumentos do Pentágono para investir pesado no "Golden Dome", novo sistema de defesa antimíssil projetado para interceptar ataques em larga escala. Segundo os militares, o escudo será "vital para a sobrevivência do país em caso de conflito nuclear global".

Golden Dome

Anunciado como o sistema de defesa mais ambicioso desde a Guerra Fria, o Golden Dome será uma rede integrada de radares, satélites e interceptadores projetada para detectar, rastrear e neutralizar mísseis nucleares antes que eles atinjam o solo americano.

O projeto, que terá investimentos estimados em mais de 250 bilhões de dólares até 2035, é considerado uma resposta direta ao crescimento das capacidades militares da China, Rússia e outros rivais.

O relatório da DIA destaca que o avanço chinês é o mais acelerado. Em apenas dez anos, Pequim pode multiplicar por quatro seu arsenal de mísseis intercontinentais, aproveitando inovações tecnológicas e uma política de dissuasão agressiva. A Rússia, mesmo com sanções e um cenário de guerra prolongada na Ucrânia, continua a investir pesadamente em mísseis hipersônicos e ogivas móveis.

Já Coreia do Norte e Irã, apesar de menos desenvolvidos, surpreendem pelas ambições e pelo progresso recente. Pyongyang tem ampliado testes e refinado seus sistemas de lançamento. Teerã, por sua vez, avança silenciosamente, mas de forma consistente, segundo a inteligência americana.

Especialistas apontam que o relatório também serve como instrumento político para justificar os gastos com defesa e manter o apoio do Congresso ao Golden Dome. Ainda assim, a preocupação é real.

O Golden Dome deve começar a operar parcialmente a partir de 2028, com testes em locais estratégicos como o Alasca, Havaí e Califórnia. O plano é que, até 2035, os EUA estejam completamente cobertos por um "escudo invisível" capaz de reagir em segundos a qualquer lançamento inimigo.

Enquanto isso, o mundo observa com apreensão a escalada militar e o risco crescente de conflitos nucleares. O relatório da DIA deixa claro: o relógio do juízo final continua correndo — e talvez mais rápido do que nunca.



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