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Concurso de astrofotografia tem imagem inédita da Terra

É a primeira vez que um registro como esse é incluído na coleção publicada anualmente


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Divulgação

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O concurso Milky Way Photographer of the Year, conhecido por selecionar as melhores fotografias da Via Láctea, chega à sua 8ª edição com um registro inédito da Terra.

Em 2025, a seleção com as 25 melhores fotos do gênero foi mais além e conta com um impressionante registro da Terra feito pelo astronauta da NASA Don Pettit, que acaba de voltar da sua última missão na ISS (Estação Espacial Internacional), como é chamado o laboratório espacial em órbita terrestre.

É a primeira vez que um registro como esse é incluído na coleção publicada, anualmente, pelo astrofotógrafo espanhol e curador do concurso, Dan Zafra, responsável também pelo blog de astrofotografia Capture the Atlas, site com dicas para quem quer aprender a fazer fotos noturnas.

"Contar com a imagem de Don Pettit é uma uma honra enorme, pois traz uma perspectiva única que une a paixão pela astrofotografia e os avanços na exploração espacial. Esta imagem simboliza não só a beleza da nossa galáxia, mas também o espirito de aventura e descobrimento que impulsiona fotógrafos e viajantes ao redor do mundo", comemora Zafra, em depoimento exclusivo para o Viagem em Pauta.

Terra iluminada

Em 2025, o concurso Milky Way Photographer of the Year (algo como "Fotógrafo da Via Láctea do Ano", em português) recebeu mais de 6 mil registros de fotógrafos de 16 nacionalidades diferentes, feitos em 25 lugares únicos na Terra.

Entre os cenários participantes tem fotografias em países como Espanha, Portugal, Grécia, Suíça, França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Guatemala, Taiwan e Namíbia, entre outros.

Porém, o concurso não conta apenas com destinos clássicos de astrofotografia, mas também de paisagens remotos e pouco fotografados, como os desertos de Chade, no norte da África, e os céus virgens de Socotra, no Iêmen.

A seleção feita por Zafra tem ainda registros de eventos celestes únicos, como cometa, eclipse lunar e chuva de estrelas, como a de Perseidas, chuva de meteoros registrada nas Montanhas Rochosas do Canadá, em agosto, pelo fotógrafo Mike Abramyan.

Anualmente, o resultado do concurso é divulgado no final de maio, por conta do pico da temporada do fenômeno no hemisfério norte.

Os critérios de seleção são a qualidade da imagem e a história por trás dos cliques, feitos não só por alguns dos fotógrafos mais renomados do mundo, mas também por novos talentos e lugares onde o fenômeno não tenha sido fotografado antes.

"[O concurso] aproxima também o nosso universo do público em geral para que ele aprenda e descubra mais sobre a galáxia em que estamos", conta Zafra.

Veja outras imagens selecionadas

"Universo de Sal"por Alejandra Heis


Essa foto foi feita nas Salinas Grandes, um dos atrativos da Quebrada de Humahuaca, no norte da Argentina, a 3.500 metros sobre o nível do mar, aproximadamente.

"Quando a noite caiu, entrei nas imensas salinas até chegar nas piscinas onde o sal é extraído. De repente, o vento se acalmou e o ar ficou denso, gerando uma atmosfera estranha, mas cativante. O céu então ofereceu um espetáculo incrível: a Via Láctea perfeitamente posicionada e o airglow ("luminescência atmosférica") tingindo o horizonte com diferentes matizes", conta Heis.

"Cosmic Fire" por Sergio Montúfar


Esse registro foi feito na madrugada do dia 2 de junho de 2024, no vulcão Acatenango, na Guatemala.

"Naquela noite, o vulcão estava incrivelmente ativo: cada explosão ecoava no meu peito, enquanto a lava incandescente iluminava as ladeiras escuras, criando um contraste visual impressionante entre a fúria da Terra e a serenidade do cosmos", celebra Montúfar.

"Double Milky Way Arch Over Matterhorn" por Angel Fux

Esse registro em Zermatt, na Suíça, é a captura de um raro arco duplo da Via Láctea, onde tanto a Via Láctea de inverno (com Orión saindo) como a Via Láctea de verão (com o centro galáctico) aparecem na mesma noite, numa transição perfeita entre as estações.

"Tomada a 3.200 metros, em pleno inverno, a noite foi brutalmente fria, testando tanto a minha resistência como a do equipamento. A foto preserva as posições reais de ambos arcos ao combinar fotos tomadas com horas de diferença, coo o primeiro plano capturado no amanhecer para obter o melhor detalhe", explica Fux.

Viagem em Pauta

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