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Evo Morales é impedido de disputar eleição presidencial na Bolívia

Justiça eleitoral anulou o registro do partido de Morales, já que a legenda não alcançou 3% dos votos na última eleição presidencial


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Reprodução/X

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O ex-presidente Evo Morales foi excluído da eleição presidencial marcada para agosto na Bolívia, pois sua candidatura não pôde ser registrada, conforme anunciou nesta terça-feira (20/5) o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país.

Apoiadores de Morales tentaram registrá-lo como candidato antes do prazo final da noite dessa segunda-feira (19/5), pelo Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-bol), mas essa sigla já não possui existência legal, explicou o secretário da Câmara do TSE, Luis Fernando Arteaga.

"O Pan-bol teve seu registro legal cancelado, portanto, não pode registrar nenhum candidato", declarou Arteaga em entrevista coletiva. O tribunal eleitoral havia anulado o registro do partido no início de maio, já que ele não alcançou 3% dos votos na última eleição presidencial de 2020.

Morales escolheu o Pan-bol de última hora, após ter renunciado em fevereiro ao Movimento ao Socialismo (MAS), que continua sob o controle do presidente Luis Arce, seu antigo aliado.

O ex-chefe de Estado de esquerda não comentou sua exclusão da disputa presidencial. No entanto, seus apoiadores anunciaram protestos, como bloqueios de estradas a partir desta terça.

Isolado

Morales vive isolado, sob proteção de seus apoiadores, em sua base política na região do Chapare, no centro do país, da qual não sai há sete meses, por estar sob um mandado de prisão relacionado a um caso de tráfico de menor, que ele nega.

Segundo o Ministério Público, Evo Morales teria mantido, em 2015, enquanto ainda era presidente, uma relação com uma adolescente de 15 anos com o consentimento dos pais, em troca de benefícios.

O líder indígena rejeita as acusações e afirma ser vítima de "perseguição judicial" por parte do governo de Luis Arce. Ele também não reconhece a decisão do Tribunal Constitucional de 2023, que limitou a dois o número de mandatos presidenciais.

Na semana passada, o Tribunal Constitucional confirmou que Morales (2006-2019) não poderia disputar um quarto mandato. Na noite de segunda-feira, o tribunal eleitoral registrou dez partidos e grupos políticos para a eleição presidencial de 17 de agosto.

Herdeiro político

A candidatura do presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, pela frente Aliança Popular, ainda está em análise. Rodríguez, considerado herdeiro político de Morales, lidera várias pesquisas de intenção de voto.

O prazo para o registro das candidaturas à presidência terminou em 19 de maio. No entanto, a lista definitiva dos candidatos só será divulgada em 6 de junho, após a verificação do cumprimento de todos os requisitos legais.


Metrópoles

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