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Israel x Irã: enquanto Trump pensa, UE vê janela para resolver guerra

Autoridades da União Europeia (UE) marcaram encontro em Genebra, na Suíça, nesta sexta (20/6,) para discutirem a guerra entre Israel e Irã


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Majid Saeedi/Getty Images

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A guerra entre Israel e Irã chegou ao oitavo dia, nesta sexta-feira (20/6), sem perspectiva de resolução. Diante da posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deu prazo de duas semanas para decidir se os norte-americanos ingressam diretamente no conflito, a Europa enxerga a oportunidade para uma janela de negociações com o objetivo de um cessar-fogo.

Países europeus sinalizam a possível oportunidade diante da posição estática dos EUA no momento. Ministros das relações exteriores de Inglaterra, Alemanha e França estão a caminho de Genebra, na Suíça, com o intuito de manter conversas com representantes iranianos a respeito do conflito com Israel nesta sexta-feira (20/6).

Autoridades dos Estados Unidos, no entanto, falam reservadamente que não enxergam a reunião com otimismo. Nessa quinta, o conflito entre os dois países foi marcado por novos bombardeios, declarações e ameaças de ambas as partes, e pelo caso do hospital Soroka, o principal do sul de Israel, que foi atingido por um míssil iraniano, deixando 71 pessoas feridas.

Ofensiva israelense contra o Irã

Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de "ataque preventivo" contra o Irã. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano.

O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.

Como resposta à operação israelense, o Irã lançou um exército de drones e mísseis contra o território de Israel.

Em pronunciamento no último sábado (14/6), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva deve continuar. Ele prometeu ataques contra todas as bases iranianas.

Até o momento, relatos indicam que parte do programa nuclear já foi afetada pelos ataques. Danos maiores, no entanto, dependem de bombas - ou da participação direta - dos EUA, o que tem sido solicitado pelo governo de Israel.

Tratativas

Um encontro entre o secretário britânico do Exterior, David Lammy, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, foi realizado na quarta-feira (18/6). Ambos "concordaram que o Irã nunca poderá desenvolver ou adquirir uma arma nuclear".

"Reunindo-nos hoje (quinta) na Casa Branca com o Secretário de Estado Rubio e o Enviado Especial para o Oriente Médio, Witkoff, discutimos como o Irã precisa chegar a um acordo para evitar o aprofundamento do conflito. Agora, existe uma janela de oportunidade nas próximas duas semanas para alcançar uma solução diplomática", afirmou Lammy.

Na segunda-feira (16/6), já havia sido realizada uma reunião entre diplomatas dos EUA, da França, da Inglaterra e de outras autoridades da União Europeia para tratar da crise no Oriente Médio.

A preocupação com a guerra entre Israel e Irã também passa pela Oceania. Rubio se reuniu nessa quinta com a ministra do Exterior da Austrália, Penny Wong, e a pauta incluiu a escalada das agressões entre Israel e Irã.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, emitiu declaração na qual afirmou que ambos "concordaram em continuar a trabalhar em estreita colaboração para se comprometerem com um caminho de paz e garantir que o Irã nunca desenvolva uma arma nuclear".

Estados Unidos em espera

A fala de Trump sobre precisar de tempo para decidir a respeito da posição dos EUA, diante do conflito no Oriente Médio, foi feita para rebater uma afirmação do jornal norte-americano The Wall Street Journal no dia anterior.

A publicação havia divulgado que interlocutores próximos a Trump teriam dito ao veículo de imprensa que o presidente teria se manifestado sobre a aprovação de planos de ataque ao Irã.

"Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas", comunicou Trump à Casa Branca.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou, nessa quinta, que o fato de os EUA poderem se envolver no conflito diretamente é um sinal de fraqueza de Israel.

"O próprio fato de os amigos norte-americanos do regime sionista terem entrado em cena e estarem dizendo tais coisas é um sinal da fraqueza e incapacidade desse regime", declarou o aiatolá.

Troca de ameaças após ataque a hospital

O Soroka Medical Center, atingido por míssil iraniano, em Israel, fica na cidade de Beersheba. Trata-se do principal hospital na região sul do país. A estrutura do prédio foi danificada pelo ataque aéreo, e os trabalhos no local tiveram de ser interrompidos e pacientes transferidos para outras unidades de saúde.

O ataque ao hospital irritou ainda mais o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que reagiu com ameaças.

"Esta manhã, os tiranos terroristas do Irã lançaram mísseis contra o Hospital Soroka, em Beersheba, e contra uma população civil no centro do país", disse. "Cobraremos o preço integral dos tiranos de Teerã", ameaçou Netanyahu pelas redes sociais.

O secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, declarou, em seguida, apoio ao Irã na guerra contra Israel. "Nós, do Hezbollah e da Resistência Islâmica, não somos neutros entre os direitos legítimos e independentes do Irã e a malevolência dos Estados Unidos e sua agressão ao tumor cancerígeno, Israel", afirmou Qassem.


Metrópoles


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