EUA diz acompanhar situação de Bolsonaro após descoberta de câncer
HUGO BARRETO/METRÓPOLES @hugobarretophoto
Horas após Jair Bolsonaro (PL) ser diagnosticado com câncer de pele, o governo dos Estados Unidos disse que acompanha "de perto" os recentes acontecimentos envolvendo o ex-presidente. A declaração foi divulgada nesta quarta-feira (17/9), pelo subsecretário de Estado para a Diplomacia Pública do governo Donald Trump, Darren Beattie.
"Estamos acompanhando de perto os acontecimentos no Brasil, principalmente os relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro", escreveu Beattie na rede social X.
A publicação do funcionário da chancelaria norte-americana, que em outras ocasiões já fez declarações polêmicas contra o Brasil, foi em resposta a um vídeo de Marco Rubio divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA. Nele, o chefe da diplomacia de Trump prometeu respostas à condenação de Bolsonaro.
Uma possível nova rodada de retaliações contra o Brasil, e autoridades do país, se somaria a outras já aplicadas por Washington.
No início de julho, Trump anunciou a tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil, e justificou que a medida era uma resposta ao julgamento "injusto" de Bolsonaro. Além disso, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e outras autoridades brasileiras, também foram alvos de sanções, como a perda de vistos.
O principal foco, porém, tem sido o ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky. O juiz brasileiro é acusado de perseguir o ex-presidente brasileiro, com o objetivo de tirá-lo do jogo político e das próximas eleições presidenciais, em 2026 — ainda que Bolsonaro estivesse inelegível antes mesmo da condenação no STF.
Ainda assim, a pressão norte-americano não interferiu no processo judicial contra o capitão da reserva do Exército, que comandou o Brasil entre 2019 e 2021. Acusado de liderar uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.
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