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Funcionários abandonavam idosos em clínica e saíam para beber

Segundo a PCGO, a clínica foi encontrada em condições degradantes. Idosos estavam em situação de abandono e foram resgatados


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Divulgação/PCGO

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Goiânia - Uma clínica que abrigava idosos foi interditada em Joanápolis, distrito de Anápolis (GO), após denúncia de maus-tratos. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o local foi encontrado em condições precárias, e os internos, em situação de abandono. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Manoel Vanderic, a clínica estava suja com fezes, urina e comida estragada.

A clínica funcionava em uma propriedade rural alugada havia três meses, cujo aluguel ainda não foi pago. Os idosos eram mantidos sob os cuidados de dois ex-dependentes químicos, que haviam sido internos de outra clínica do mesmo proprietário. Segundo o delegado, esses ex-internos saíam para beber, não voltavam, e os idosos que se cuidavam entre si.

De acordo com a PCGO, 11 idosos foram encontrados na clínica, em situação de extrema vulnerabilidade.

A situação era de abandono. Conforme a polícia, os internos usavam roupas inapropriadas e estavam com sinais de possíveis doenças dermatológicas. Ainda não se sabe se eles têm sarna ou se é alergia a alguma medicação ministrada no local.

Ainda de acordo com a corporação, as medicações eram manipuladas por pessoas sem qualquer tipo de formação e sem acompanhamento médico. A PCGO aponta para o uso indiscriminado de medicações psiquiátricas.

Denúncia

O caso foi descoberto na última sexta-feira (21/2) depois que uma interna, de 70 anos, conseguiu entrar em contato com os familiares e relatar os maus-tratos sofridos. A família da vítima procurou a polícia.

De acordo com a PCGO, os idosos pagavam entre R$ 800 e R$ 1,5 mil por mês para permanecer no local. No entanto, o serviço prestado era negligente e criminoso. "Eles não tinham acesso a tratamento psicológico, médico, enfermagem, nada. Eram só esses dois ‘cuidadores’ dependentes químicos", detalhou o delegado.

Os idosos resgatados foram encaminhados para abrigos municipais, e parte deles foi entregue aos familiares. A investigação segue em andamento, e a polícia continua em busca do responsável pela clínica. "Ele vai responder pelos crimes de maus-tratos, cárcere privado, apropriação de aposentadoria, retenção de documentação dos idosos e trabalho análogo ao de escravo", explicou Vanderic.

Conforme a PCGO, o dono da clínica está foragido e tem histórico de crimes semelhantes. Segundo o investigador, o homem foi preso em 2023 pelo mesmo crime, só que era uma clínica de dependentes químicos fechada em Anápolis por maus-tratos e por fazer internação compulsória fora dos critérios legais.

Além dele, um outro funcionário, identificado como gerente financeiro da clínica, foi indiciado.


Metrópoles

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