Polícia encontrou corpo de outra mulher durante buscas por Vitória
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Enquanto fazia buscas por Vitória Regina de Souza, a polícia encontrou no dia 1º/3, um sábado, o corpo de uma mulher de 65 anos em uma cachoeira entre as cidades de Cajamar e Jundiaí, no interior de São Paulo. De acordo com laudos da perícia, Edna Oliveira Silva morreu 72 horas antes do dia em que foi encontrada, o que corresponde ao dia 26/2, mesmo dia em que Vitória desapareceu.
De acordo com o secretário da Segurança Pública de Cajamar, Leandro Arantes, Edna era cuidadora da mãe do padrasto de Maicol Antônio Sales, vizinho de Vitória que foi preso no último sábado (8/3). Essa é a única relação entre o corpo encontrado e o caso de Vitória até o momento. A morte de Edna está sendo investigada na Delegacia Seccional de Jundiaí.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, disse, nessa segunda-feira (10/3), que a polícia encontrou manchas de sangue no porta-malas do carro de Maicol. O material genético colhido na perícia será submetido a exames técnicos para comprovar que se trata de material genético da menina.
"O Corola de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local. Entre 30 e 40 dias o laudo estará pronto", disse Carmo.
Segundo ele, há provas de que Maicol estava próximo ao local do crime no momento em que Vitória Regina foi raptada. Houve, ainda, uma inconsistência em seu depoimento. Para a polícia, ele disse que dormiu com a esposa naquele dia; a mulher, no entanto, afirmou ter dormido na casa da mãe.
"Contra o Maicol há provas testemunhais que não deixam dúvida de que ele estava próximo. Além disso, ficou comprovada a mentira dele. Vizinhos à residência dele também comentaram que houve uma movimentação anormal naquela noite, com gritos. Vários vizinhos deram esse depoimento", reforçou.
A morte de Vitória
Três suspeitos
Além de Maicol, o diretor Luiz Carlos do Carmo elencou como suspeitos Gustavo Vinícius, ex-namorado da vítima; e Daniel Lucas Pereira, que teria tido um caso com o ex-companheiro dela e é amigo da família.
Daniel é amigo da família e ajudou na busca de Vitória enquanto ela permanecia desaparecida. Sobre Daniel, as suspeitas envolvem principalmente vídeos encontrados no aparelho celular dele. E delegado Luiz Carlos do Carmo afirmou que, em dias anteriores à data em que a jovem foi raptada, o rapaz fez filmagens do trajeto que ela costumava percorrer.
"Daniel permanece como suspeito em razão de que temos aqui o celular dele apreendido. No aparelho, tem imagens feitas dias antes no local onde a vítima desceria. Foi gravado no celular dele. Poderia ser uma filmagem já preparando o arrebatamento", disse.
A polícia solicitou a prisão temporária de Daniel porém o pedido foi negado pela Justiça.
Já Gustavo Vinícius é o ex-namorado de Vitória Regina. Ele entrou no rol de suspeitos por "inconsistências temporais" no depoimento. Segundo o delegado Aldo Galiano, a fala dele "está fora de todo o contexto de horário que foi reconstituído". Não há informações sobre a eventual presença dele no local do desaparecimento, antes ou depois do crime.
Vitória, no entanto, tentou conversar com Gustavo antes de desaparecer. Ela queria que ele fosse buscá-la no ponto de ônibus, mas ele não atendeu, pois estaria em um encontro.
"Pai não é suspeito"
Na entrevista coletiva dessa segunda-feira (10/3), o delegado Luiz Carlos do Carmo esclareceu que o pai de Vitória Regina, Carlos Alberto de Sousa, não está mais na lista de suspeitos.
"A equipe de investigação tem que conduzir esse processo de forma imparcial. E assim teve início a investigação a partir das pessoas que estavam próximo à vítima, como o pai, o namorado. Nós fizemos a investigação de todas essas pessoas. A partir de todas as diligências iniciais, de imediato se descartou que o pai esteja envolvido nesse crime. Então gostaria de dizer que não existe investigação contra o pai da vítima", afirmou Luiz Carlos do Carmo.
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