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A Polícia Civil do Paraná, por meio da Delegacia de Estelionato e com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deflagrou a Operação Falso 9, que investiga um esquema de fraude bancária envolvendo o uso indevido do nome de jogadores de futebol de projeção nacional. A estimativa é de que os criminosos tenham movimentado mais de R$ 1,2 milhão com a prática.
A operação cumpre 86 medidas cautelares, entre elas mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro de bens e quebras de sigilo bancário e fiscal. As ações ocorrem simultaneamente em Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Curitiba (PR) e Lábrea (AM), com o apoio de aproximadamente 75 policiais civis.
Em coletiva concedida à imprensa, o delegado Thiago Lima, da PCPR, explicou o funcionamento do golpe. O ponto de partida foi uma denúncia feita por uma instituição financeira, que detectou pedidos suspeitos de portabilidade bancária direcionados a uma fintech. Após análise, identificou-se que dois jogadores de futebol bastante conhecidos haviam sido vítimas de fraudes.
Segundo o delegado, os criminosos falsificavam documentos utilizando dados reais das vítimas, mas com fotos de laranjas — pessoas que cediam selfies e imagens pessoais para abertura de contas digitais. Com os documentos falsos, as contas eram abertas e, em seguida, era solicitado o processo de portabilidade de salários ou valores de contas correntes.
"Quando a portabilidade era concluída, os valores migravam automaticamente para as novas contas digitais, onde os fraudadores rapidamente pulverizavam os recursos, dificultando o rastreamento", explicou Lima.
A polícia acredita que os laranjas tinham conhecimento de que participavam de algo ilícito, porém não compreendiam a dimensão do crime. "Esse é um modus operandi comum entre estelionatários. A diferença, neste caso, é o envolvimento de nomes famosos, o que pode ter facilitado a abertura das contas sem que o sistema bancário identificasse qualquer irregularidade", completou o delegado.
A investigação começou entre agosto e setembro de 2024, mas o material detalhado só chegou à equipe policial no fim do ano passado. Até o momento, não há indícios de envolvimento dos jogadores na fraude. A iniciativa partiu do próprio setor de segurança da instituição financeira, que acionou a polícia após identificar o padrão suspeito.
A Operação Falso 9 é mais um exemplo da atuação integrada entre forças estaduais e federais para o combate ao crime cibernético e financeiro no país.
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