"Nasci de novo", diz cantor gospel baleado por PM em rodoviária
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João Igor disse que "nasceu de novo", em vídeo publicado nas redes sociais, nessa quinta-feira (30). O cantor gospel foi baleado por um policial militar após um desentendimento, dentro do Terminal Rodoviário da Barra Funda, em São Paulo.
O registro do artista foi publicado pelo advogado Cesar Sousa. Em um dos registros, o artista canta o louvor "Faz Morada" para funcionárias da unidade de saúde.
"Pai, eu não esqueci quando me encontrou no chão caído", diz um trecho da música.
Transferência
Nessa quinta-feira (31), João Igor foi transferido para o Centro Médico São Lucas Itaquaquecetuba, no interior de São Paulo, onde passará por uma cirurgia para retirar uma bala alojada na mão esquerda.
"Passando para agradecer cada um de vocês que oraram por mim, torcendo pela recuperação. Muito obrigado a todos. Que Deus abençoe vocês, em nome do Senhor Jesus. Eu nasci de novo", afirmou João.
Somente no Instagram, ele possui mais de 1 milhão de seguidores. Os perfis revelam diversos momentos da vida pessoal, como encontros com personalidades e momentos em família, além de compromissos profissionais como agenda de shows.
Entenda o caso do cantor gospel
João Igor foi baleado por um policial militar no Terminal Rodoviário da Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo na última quarta-feira (30).
Vídeos que circulam nas redes mostram dois homens caídos no chão. A CNN apurou que a confusão teve início dentro de um ônibus, onde o PM, que estava como passageiro, identificou que dois outros passageiros portavam maconha.
O policial abordou os suspeitos ainda dentro do coletivo. Após uma discussão, os três desceram do veículo. Já do lado de fora, um dos homens teria tentado tomar a arma do agente, que reagiu e efetuou disparos.
João Igor foi baleado e socorrido para a Santa Casa de Misericórdia, na região central da capital paulista. O ônibus seguiria viagem para a cidade de Marília, no interior de São Paulo.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que as polícias Civil e Militar investigam a abordagem feita. Leia abaixo:
"As polícias Civil e Militar investigam uma abordagem ocorrida na tarde de quarta-feira (30) em um ônibus rodoviário, no terminal rodoviário da Barra Funda, que resultou em um policial militar e um homem de 26 anos feridos. A PM foi acionada após o policial, que havia embarcado no ônibus com destino a Bauru, perceber cheiro de maconha vindo da bagagem de dois passageiros. Durante a abordagem, os suspeitos entraram em luta corporal com o agente, e os três caíram da escada do veículo. Nesse momento, houve disparo da arma do policial, que atingiu um dos homens. Ele foi socorrido ao Pronto-Socorro da Santa Casa. O policial sofreu ferimentos na mão e recebeu atendimento na UPA da Lapa. O outro passageiro não se feriu e foi encontrada na sua bolsa substância com características semelhantes à maconha. Foram solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado no 91º Distrito Policial (Ceasa) como resistência, lesão corporal decorrente de intervenção policial, lesão corporal e localização/apreensão de objeto".
O que diz a defesa de João Igor
Em nota divulgada, a defesa do cantor gospel diz que ele não portava drogas. A defesa descreveu o caso como "extremamente grave", afirmando que os irmãos foram "vítimas de uma abordagem policial violenta dentro de um ônibus".
Os representantes legais do cantor ainda afirmam que estão tomando "todas as providências jurídicas cabíveis" para garantir a integridade física e os direitos constitucionais dos envolvidos, buscando a "apuração rigorosa dos fatos" e que "não haja impunidade".
Veja nota completa da defesa
"João Igor e o irmão não portavam absolu tamente nada. Estamos diante de um caso extremamente grave, que nos causa profunda preocupação. Dois irmãos que foram vítimas de uma abordagem policial violenta dentro de um ônibus. Um deles foi detido, o outro foi baleado após tentar protegê-lo.
A defesa já está tomando todas as providências jurídicas cabíveis para garantir a integridade física, os direitos constitucionais dos envolvidos e a apuração rigorosa dos fatos. Nossa prioridade neste momento é assegurar que não haja impunidade.
Não podemos normalizar episódios de violência em abordagens policiais, especialmente quando envolvem cidadãos desarmados em espaços públicos com enorme circulação de pedestres. A sociedade espera e merece uma atuação policial que respeite a dignidade humana e os limites da legalidade.
Como advogada, meu compromisso é garantir que o caso seja investigado com isenção, que a verdade venha à tona e que os direitos dos meus clientes sejam respeitados.
Eles já foram liberados, passaram pelo IML e o João Igor vai ser transferido de hospital para passar por cirurgia para remoção da bala alojada na mão".
cnn