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A Operação Boiúna, da Polícia Federal (PF), já inutilizou quase 200 dragas de garimpo ilegal no Rio Madeira, na divisa entre Amazonas e Rondônia. O objetivo da ação, em andamento, é combater o garimpo irregular, considerado um dos maiores crimes ambientais na Amazônia.
No município de Humaitá (AM), no entanto, a ação policial com uso de explosivos para destruir as embarcações foi recebida com protestos e confrontos. Os garimpeiros argumentam que a atividade deles tinha amparo legal por meio de uma autorização judicial.
A defensora pública Tania Sena questiona a legalidade da operação. Em entrevista, ela defendeu que o diálogo com a categoria deveria ter precedido a ação policial. A principal reivindicação dos garimpeiros é a regulamentação da profissão, e não a criminalização. Eles buscam um marco legal que permita a atividade de forma sustentável, com garantia de direitos trabalhistas e proteção ambiental.
O impasse no Rio Madeira evidencia um dos maiores desafios da região amazônica: conciliar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento econômico de populações que, muitas vezes, se veem sem alternativas de sustento. De um lado, a lei é aplicada com rigor pelo aparato de segurança. De outro, a mesma lei é questionada por quem se sente excluído dela.
Natália Figueiredo - Portal SGC