Divulgação/Polícia Civil
Um homem foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio por atear fogo e matar a ex-companheira dentro de casa, na comunidade do Chaves, em Barros Filho, Zona Norte do Rio, na madrugada desta sexta-feira (7). O filho da vítima, menor de idade, também estava no imóvel, mas não se feriu.
O crime aconteceu por volta das 2h50, na Travessa Juparanã, nº 4, e foi motivado pelo fato de Joel Bento dos Santos não aceitar o fim do relacionamento.
Equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no local, mas já encontraram Jaqueline Rosa de Almeida, de 44 anos, morta. Policiais do 41º BPM (Irajá) também foram acionados na residência e registraram a ocorrência. Momentos depois, os agentes localizaram e prenderam Joel em flagrante em uma rua próxima onde aconteceu o crime.
Em depoimento na 39ª DP (Pavuna), o criminoso confessou que deu um soco no rosto da ex-companheira, após ela confirmar o término. Aproveitando que a vítima havia desmaiado, ele jogou uma garrafa de álcool sobre a cama onde ela estava e ateou fogo. As chamas se espalharam rapidamente, e a casa ficou completamente destruída.
Conforme apurado pelo DIA, Jaqueline tinha uma medida protetiva contra o agressor. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) do Centro, onde aguardava liberação. Ainda não há informações sobre o sepultamento.
Joel segue preso e está à disposição da Justiça. Ele deve passar por audiência de custódia neste sábado (8).
Rio concentra 7,2% dos feminicídios registrados no Brasil
A 19ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, mostra que o Brasil teve 1.492 vítimas de feminicídio em 2024, o maior número já registrado desde 2015, quando a legislação que tipifica o crime entrou em vigor. No recorte do estado do Rio de Janeiro, os dados também revelam um cenário preocupante. Foram 107 feminicídios em 2024, contra 99 no ano anterior, um aumento de 8%. Esse número representa 7,2% de todos os feminicídios ocorridos no país no ano passado.
As tentativas de homicídios de mulheres também cresceram. Em 2024 foram contabilizadas 4.696 casos no estado, ante 3.742 em 2023, aumento de 25,4%. Dessas, 4.025 foram classificadas como tentativas de feminicídio.
No cenário geral, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que a maioria das vítimas de feminicídio no Brasil é composta por mulheres negras (63,6%) e jovens entre 18 e 44 anos, que representam 70,5% dos casos. Em grande parte, os crimes ocorrem dentro da própria casa da vítima (64,3%) e são cometidos por companheiros ou ex-companheiros (79,8%). As armas mais utilizadas nesses assassinatos são armas brancas, como facas (48,4%), seguidas por armas de fogo (23,6%).
O dia